Primeiro Concílio de Niceia
.
Data 20 de maio de 325 - 19 de junho de 325
Aceite
por Católicos Romanos, Ortodoxos
e Protestantes
Concílio
anterior Concílio de
Jerusalém
Concílio
seguinte Primeiro Concílio de
Constantinopla
Convocado
por Imperador Constantino I e Papa São
Silvestre I
Presidido
por Bispo Alexandre de Alexandria ou
Osio Bispo de Córdoba
Afluência 250-318
Tópicos
de discussão Arianismo, controvérsia
da Páscoa, cisma meleciano, batismo de heréticos e o estatuto dos prisioneiros
na perseguição de Licínio.
Documentos O Credo Niceno original, os cânones
Todos
os Concílios Ecuménicos Católicos
O
Primeiro Concílio de Niceia foi um concílio de bispos ( epískopos ) cristãos
reunidos na cidade de Niceia da Bitínia (atual İznik, Turquia), pelo imperador
romano Constantino I em 325 d.C.. O concílio foi a primeira tentativa de obter
um consenso da igreja através de uma assembleia representando toda a
cristandade.
O
seu principal feito foi o estabelecimento da questão cristológica entre Jesus e
Deus, o Pai; a construção da primeira parte do Credo Niceno; a fixação da data
da Páscoa; e a promulgação da lei canônica.
1
Localização e participantes
2 As
questões doutrinárias
3
Historiadores do Concílio de Niceia
4 O
caráter, a sociedade, e os problemas
5 Os
procedimentos
6 A
profissão de fé e os cânones do Concílio de Niceia
Localização
e participantes
Niceia
(hoje İznik), é uma cidade da Anatólia (hoje parte da Turquia). No verão de
325, os bispos de todas as províncias foram chamados ao primeiro concílio
ecumênico em Niceia: um lugar facilmente acessível à maioria dos bispos,
especialmente aos da Ásia, Síria, Palestina, Egipto, Grécia, Trácia e Egrisi
(atual Geórgia ocidental). O número dos membros não pode exatamente ser
indicado; Atanásio contou 318, Eusébio somente 250. Foram oferecidas aos bispos
as comodidades do sistema de transporte imperial - livre transporte e alojamento
de e para o local da conferência - para encorajar a maior audiência possível.
Constantino abriu formalmente a sessão.
A
religião cristã nesses tempos era majoritária unicamente no Oriente. No
Ocidente, era ainda minoritária, especialmente entre os pagãos (do latim
paganus, que significa "camponês", "rústico"), pois grande
parte da população vivia no campo. Daí o nome de pagãos para os gentios. Uma
exceção era a região de Cartago ou Túnis. Portanto, os bispos orientais estavam
em maioria; na primeira linha de influência hierárquica estavam três
arcebispos: Alexandre de Alexandria, Eustátio de Antioquia, e Macário de
Jerusalém, bem como Eusébio de Nicomédia e Eusébio de Cesareia. Entre os bispos
encontravam-se Stratofilus, Bispo de Pitiunt (Bichvinta, reino de Egrisi).
O
ocidente enviou não mais de cinco representantes na proporção relativa das
províncias: Marcus de Calábria da Itália, Ceciliano de Cartago da África, Ósio
de Córdoba (Hispânia), Nicasius de Dijon, na França, e Domnus de Stridon da
província do Danúbio. Estes dignitários eclesiásticos naturalmente não viajaram
sozinhos, mas cada qual com sua comitiva, de modo que Eusébio se refere a um
grupo numeroso de padres acompanhantes, diáconos e acólitos.
Entre
os presentes encontrava-se Atanásio, um diácono novo e companheiro do bispo
Alexandre de Alexandria, que se distinguiu como o "lutador mais vigoroso
contra os arianos" e similarmente o patriarca Alexandre de Constantinopla,
um presbítero, como o representante de seu bispo, mais velho.
O
papa em exercício na época, Silvestre I, não compareceu ao concílio, que
aconteceu no Oriente, a grande distância de Roma. Assim os papas não
participavam dos primeiros Concílios e enviavam representantes seus.
Entretanto, importante ressaltar que as sedes patriarcais sempre eram
consultadas na resolução das grandes questões. Silvestre já fora informado da
condenação de Ário, ocorrida no Sínodo de Alexandria (320 a 321), e para o
Concílio de Niceia enviou dois representantes, Vito e Vicente (presbíteros
romanos).
Segundo
Atanásio, contemporâneo dos eventos (Apol. de fuga sua, c. 5), quem presidiu o
concílio foi o Ósio de Córdoba. Também afirmam-no implicitamente os próprios
arianos escrevendo que ele "publicara o sínodo de Niceia" (Ap.
Athânas, Hist. arian. c. 42).
Outra
fonte da influência, apesar do não comparecimento do Bispo de Roma, é que as
assinaturas dos três clérigos - Osio, Vito e Vicente - estão sempre em primeiro
lugar, bem como a citação de seus nomes pelos historiadores do Concílio, o que
seria estranho, dado que o concílio se deu no Oriente, e os três clérigos eram
ocidentais - o primeiro um bispo espanhol e os outros dois sacerdotes romanos.
Só o fato de serem representantes do Papa explicaria tal comportamento.
As
questões doutrinárias
Este
concílio deliberou sobre as grandes controvérsias doutrinais do cristianismo
nos séculos IV e V. Foi efetuada uma união entre o extraordinário eclesiástico
dos conselhos e o Estado, que concedeu às deliberações deste corpo o poder
imperial. Sínodos anteriores tinham-se dado por satisfeitos com a proteção de
doutrinas heréticas. Porém o concílio de Niceia foi caracterizado pela etapa
adicional de uma posição mais ofensiva, com artigos minuciosamente elaborados
sobre a fé. Este concílio teve uma importância especial também porque as
perseguições aos cristãos tinham recentemente terminado, com o Édito de
Constantino.
A
questão ariana representava um grande obstáculo à realização da ideia de
Constantino de um império universal, que deveria ser alcançado com a ajuda da
uniformidade da adoração divina.
Ícone
com os Pais Sagrados do Primeiro Concílio de Niceia que seguram o Credo
Niceno-Constantinopolitano
Os
pontos discutidos no sínodo eram:
A
questão ariana
A
celebração da Páscoa
O
cisma de Melécio de Licópolis
O
baptismo de heréticos
O
estatuto dos prisioneiros na perseguição de Licínio.
Embora
algumas obras afirmem que no Concílio de Niceia discutiu-se quais evangelhos
fariam parte da Bíblia, não há menção de que esse assunto estivesse em pauta,
nem nas informações dos historiadores do concílio, nem nas atas do concílio que
chegaram a nós em três fragmentos: o Credo dos Apóstolos, os cânones, e o
decreto senoidal. O Cânone Muratori, do ano 170 d.C., portanto cerca de 150
anos anterior ao concílio, já mencionava os evangelhos que fariam parte da
Bíblia. Outros escritores cristãos anteriores ao concílio, como Justino Mártir,
Ireneu de Lyon, Papias de Hierápolis, também já abordavam a questão dos
evangelhos que fariam parte da Bíblia.
É um
fato reconhecido que o antijudaísmo, ou o antissemitismo cristão, ganhou um
novo impulso com a tomada do controle do Império Romano, sendo o concílio de
Niceia um marco neste sentido. Os posteriores concílios da Igreja manteriam
esta linha. O Concílio de Antioquia (341 d.C.) proibiu aos cristãos a
celebração da Páscoa com os judeus. O Concílio de Laodiceia proibiu os cristãos
de observar o Shabbat e de receber prendas de judeus ou mesmo de comer pão
ázimo nos festejos judaicos.
Historiadores
do Concílio de Niceia
Uma
boa fonte para o estudo deste período histórico é-nos apresentada hoje sob a
forma da obra de Edward Gibbon, um historiador representativo do iluminismo
inglês do século XVIII, ainda hoje lida e traduzida para várias línguas: A
história do declínio e queda do Império Romano.
Há
diversas obras a respeito do Concílio de Niceia, mas de fato os historiadores
que gozam de mais credibilidade e são a fonte desse período histórico para os
demais autores são os próprios contemporâneos do evento: Eusébio de Cesareia,
Sócrates de Constantinopla, Sozomeno, Teodoreto e Rufino, junto com algumas
informações conservadas por Atanásio e uma história do concílio escrita em
grego no século V por Gelásio de Cícico.
O
caráter, a sociedade, e os problemas
A
cristandade do século II não concordava sobre a data de celebração da Páscoa da
ressurreição. As igrejas da Ásia Menor, entre elas a importante igreja de
Éfeso, celebravam-na, juntamente com os judeus, no 14º dia da primeira lua da
primavera (o 14º Nisan, segundo o calendário judaico), sem levar em
consideração o dia da semana. Já as igrejas de Roma e de Alexandria, juntamente
com muitas outras igrejas, tanto ocidentais quanto orientais, celebravam-na no
domingo subsequente ao 14º Nisan. Com vistas à fixação de uma data comum, em
154 ou 155 d.C., o bispo Policarpo de Esmirna, entrou em contato com o papa
Aniceto, mas nenhuma unificação foi conseguida e o assunto permaneceu em
aberto.
Foi
no concílio de Niceia que se decidiu então resolver a questão estabelecendo que
a Páscoa dos cristãos seria sempre celebrada no domingo seguinte ao plenilúnio
após o equinócio da primavera. Apesar de todo esse esforço, as diferenças de
calendário entre Ocidente e Oriente fizeram com que esta vontade de festejar a
Páscoa em toda a parte no mesmo dia continuasse sendo um belo sonho, e isso até
os dias de hoje.
Além
desse problema menor, outra questão mais séria incomodava a cristandade
católica: como conciliar a divindade de Jesus Cristo com o dogma de fé num
único Deus?
Na
época, a inteligência dos cristãos ainda estava à procura de uma fórmula
satisfatória para a questão, embora já houvesse a consciência da imutabilidade
de Deus e da existência divina do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Nesse
quadro, um presbítero de nome Ário passa a defender em Alexandria a ideia de
que Jesus é uma "criatura do Pai", não sendo, portanto, eterno. Em
suas pregações, Ário por várias vezes insistia em afirmar em tom provocativo
que "houve um tempo em que o Filho não existia". Dizia que Cristo teria
sido apenas um instrumento de Deus mas sem natureza divina. A esse ensinamento
de Ário aderiram outros bispos e presbíteros. Sobretudo, o bispo Eusébio de
Cesareia, conhecido escritor da igreja, que se colocou do lado de Ário.
Por
outro lado, a doutrina de Ário, ou arianismo, foi prontamente repudiada pelo
restante dos cristãos, que viam nela uma negação do dogma da Encarnação. O
repúdio mais radical talvez Ário tenha encontrado no bispo Alexandre de
Alexandria e no diácono Atanásio, que defendiam enfaticamente a divindade de
Cristo. Um sínodo foi convocado e a doutrina do Ário foi excluída da igreja em
318 d.C.]. Mas o número de seus adeptos já era tão grande que a doutrina não
pode ser mais silenciada. A situação se agravava cada vez mais e, desejoso de
resolver de vez a questão, o imperador romano Constantino, que recentemente, no
ano de 324 d.C., havia acrescentado o Império Romano do Oriente a seus
domínios, convocou um concílio ecumênico.
Dado
este importante, pois apesar de Constantino agora ser o imperador também do
oriente mostra a independência que os bispos orientais (a maioria no concílio)
tinham do seu recente imperador.
Os
procedimentos
O
Concílio de Niceia.
O
concílio foi aberto formalmente a 20 de maio, na estrutura central do palácio
imperial, ocupando-se com discussões preparatórias na questão ariana, em que
Ário, com alguns seguidores, em especial Eusébio de Nicomédia, Teógnis de
Niceia, e Máris de Calcedônia, parecem ter sido os principais líderes. As
sessões regulares, no entanto, começaram somente com a chegada do imperador. O
imperador abriu a sessão na condição de presidente de honra e, depois, assistiu
às sessões posteriores, mas a direção das discussões teológicas ficou com as
autoridades eclesiásticas.
Nem
Eusébio de Cesareia, Sócrates, Sozomeno, Rufino nem Gelásio de Cícico
proporcionam detalhes das discussões teológicas. Rufino nos diz tão somente que
se celebraram sessões diárias, as opiniões de Ário eram escutadas e discutidas
com seriedade, apesar que a maioria se declarava energicamente contra suas
doutrinas.
No
início os arianos e os ortodoxos mostraram-se incondescendentes entre si. Os
arianos confiaram a representação de seus interesses a Eusébio de Cesareia,
cujo nível e a eloquência fez uma boa impressão perante o imperador. A sua
leitura da confissão dos arianos provocou uma tempestade de raiva entre os
oponentes.
No
seu interesse, assim como para sua própria causa, Eusébio, depois de ter
cessado de representar os arianos, apareceu como um mediador. Apresentou o
símbolo (credo) baptismal de Cesareia que acabou por se tornar a base do Credo
Niceno.
A
votação final, quanto ao reconhecimento da divindade de Cristo, foi um total de
300 votos a favor contra dois desfavoráveis. A doutrina de Ario foi
anatematizada e os dois bispos que votaram contra e mantiveram sua posição,
contrariando a posição do concílio, foram exilados pelo imperador.
O conflito aceso pelo presbítero
alexandrino Ário assumiu maiores dimensões e um caráter mais formidável.
Constantine na primeira tentativa de restaurar a calma em Alexandria por
transmissão de uma epístola pelo bispo Osio de Córdoba, mas suas advertências
foram infrutíferos. Assim, uma vez que outros pontos discutíveis estavam em
questão, ele recorreu a uma instituição previamente evoluiu pela Igreja Cristã
- a convocação de um sínodo para se pronunciar sobre questões candentes -
qualificando-a, no entanto, para corresponder com as novas circunstâncias. Ele
convocou um conselho, projetado para representar toda a Igreja do Império, em
Nicéia, na Bitínia, uma cidade situada no grande caminho desde o verão
imperial-residência de Nicomédia e com fácil acesso por mar dos bispos
orientais.
Entre as várias estimativas sobre
o número de delegados, a declaração de Atanásio, que fala de 318 membros, tem
dominado a tradição. Em conseqüência das grandes distâncias, o Ocidente foi,
mas fracamente representadas. Da Espanha, Hosius - o bispo de Cordova acima
mencionado - fez a sua aparição; da Gália, Nicasius de Dijon; da Dalmácia,
Domnus de Stridon; da Itália, Marcus de Calabria com dois presbíteros como
deputados do bispo romano Silvester; e do norte da África, Caecilian de
Cartago. Assim, uma imensa maioria do sínodo aclamado do Oriente. Os bispos das
três metrópoles mais importantes estavam presentes - Alexandre de Alexandria,
Eustáquio de Antioquia e Macário de Jerusalém -, enquanto a. papel de destaque
também foi interpretado por Eusébio, bispo da cidade imperial Nicomédia, e seu
xará erudita, Eusébio de Cesaréia.
Dos outros prelados não poucos se
tinham distinguido como confessores na perseguição mais tarde, e ainda tinha os
traços honrosas de seus sofrimentos. Uma vez que os bispos foram acompanhados
por sacerdotes, Nicéia testemunhou uma série de clérigos, como nunca antes
tinha sido reunido em um único lugar. Entre o clero atendente, o diácono ainda
jovem Atanásio, destinado a sucedê Alexander na Sé de Alexandria, foi destaque
como o antagonista mais poderoso do arianismo.
O Sínodo se reuniu no palácio
imperial de 20 de maio a 25 de julho. O fim do processo obtido, e no qual a
presidência foi investido, são problemas que não admitem determinada solução: o
fato indiscutível é que Constantine - que, por sua aparência, foi atribuída uma
recepção cerimoniosa, e ele mesmo fez um discurso sobre a ocasião - exerceu uma
influência decisiva sobre as discussões.
As deliberações sobre a questão
Arian passou por várias fases distintas antes da condenação definitiva de Arius
e suas doutrinas foi alcançado. Um ponto de vista claramente definida em
relação a este problema - a relação de Cristo com Deus - foi realizada apenas
pelo grupo atenuada de arianos e longe de numerosos seção de delegados, que
aderiram com convicção inabalável com a visão de Alexandria. A maior parte dos
membros ocupava uma posição entre os dois extremos. Eles rejeitaram as fórmulas
de Ário, e se recusou a aceitar as dos seus adversários; ou seja, eles eram
apenas competente para estabelecer negações, mas não tinha capacidade, ainda,
de dar a sua atitude de compromisso uma expressão positiva. No principal que
perpetua a linha de Orígenes.
Que a maioria do conselho devem
ter adotado a tendência neutra é facilmente compreensível quando se considera o
estado de teologia em que período. É verdade, em Nicéia esta maioria
eventualmente concordado com a decisão dos alexandrinos; No entanto, este
resultado deveu-se, não a convicção interna, mas, em parte, à indiferença, em
parte, à pressão da vontade imperial - um fato que é demonstrado principalmente
pela história posterior dos conflitos arianos.
Porque, se o Sínodo de Nicéia
tinha chegado a sua decisão final pelo acordo de consciência de todos.
não-arianos, em seguida, a confissão de fé lá formulado pode de fato ter
evocado o antagonismo contínuo dos arianos, mas deve necessariamente ter sido
defendida por tudo. Isto, no entanto, não foi o caso; de fato, o credo foi
assaltado por essas mesmas entidades que compuseram o laissez-faire centro em
Nicéia; e somos obrigados a concluir que, neste ponto, o voto não era critério
das convicções íntimas do conselho.
No sínodo, uma confissão de fé
Arian foi levado para a frente e ler; mas despertou uma tempestade de
indignação que, obviamente, no interesse de uma restauração da paz
eclesiástico, não poderia haver nenhuma questão de sua aceitação. Nesta,
Eusébio de Cesaréia apresentou o credo batismal de sua comunidade; e este se
reuniu com a aprovação imperial. Desde o credo datado de um período anterior à
eclosão da luta Arian, sua recepção teria sido equivalente a uma declaração por
parte do Conselho, que se recusou a definir a sua posição com referência à
controvérsia da hora.
Que o maior número de delegados
não estavam dispostos a adotar este subterfúgio, de modo agradável ao seu ponto
de vista, e para arquivar a solução real dos problemas inteiros pelo reconhecimento
deste ou alguma fórmula neutra semelhante, é extremamente provável. Mas o
imperador manifestamente viu que, se as dificuldades foram iludiu em qualquer
modo, era inevitável a partir da própria natureza do caso, que deve subir
novamente de forma acentuada, e que, conseqüentemente, nenhuma pacificação se
poderia esperar de esta política. Uma vez que a Igreja Oriental subscreveu a
solução Alexandrino da pergunta, ele chamou a dedução natural e concluiu que
ele tinha aqui um verdadeiro presentment do sentimento da Igreja, que, se ele
recebeu sanção oficial, era de se esperar justamente para restaurar a paz da
comunidade cristã.
Mas, ao pronunciar esse ponto de
vista, ele teve o cuidado de dissociar-se da formulação de uma nova confissão,
pois era imperativo para evitar até mesmo uma inovação evidente nos artigos de
fé. Assim, ele propôs que o credo cesariana deve ser modificado pela inserção
das senhas de Alexandria - como se para efeitos de definição mais precisa - e
pela supressão de determinadas porções. Que ele apreciou a importação dessas
alterações, ou percebeu que esta revisão foi praticamente a proclamação de uma
nova doutrina, é pouco provável.
O credo, assim, evoluiu - a
expressão oμoounLos é de origem ocidental - foi finalmente assinado por todos
os deputados, com exceção dos bispos Theonas de Marmarica e Secundus de
Ptolemaida: mesmo os arianos haviam apresentado. Os dois prelados
recalcitrantes, com o presbítero Arius, foram banidos para Ilíria; Eusébio de
Nicomédia e Theognis de Nicéia também foram levados para o exílio, e ao mesmo
tempo as obras de Ário foram condenados a serem queimados sob pena de morte.
Mas esta unidade artificial houve
ratificação da paz: na verdade, ele abriu o caminho para uma luta que
convulsionou a todo o império. Pois foi a proclamação do Credo Niceno que
primeiro abriu os olhos de muitos bispos para a importância do problema não
tratados; e sua explicação levou a Igreja a obrigar-se, pelo árduo caminho da
obra teológica, em conformidade com esses princípios, enunciados em Nicéia,
para que, no ano de 325, ela se prometeu, sem consentimento genuíno.
Além da Arian impasse, houve a
cisão do Bispo Melécio de Lycopolis na Tebaida, cuja liquidação Constantino
havia adicionado ao programa do conselho. Ele e Pedro, bispo de Alexandria,
tinha entrado em conflito sobre o tratamento dos "apóstatas" ( lapsi
) na perseguição de Diocleciano; e sua luta adquiriu amargura adicional a
partir do fato de que ele foi estendido para cobrir as prerrogativas do bispado
de Alexandria. Peter tinha composto um tratado defendendo princípios moderados
e censurar o namoro de martírio para seu próprio bem, em seguida, ido tão longe
como para salvar-se pela fuga. Melécio, por outro lado, representou a escola
mais rigorosa, e permitiu-se infracções arrogante da lei. Quando isso resultou
em sua deposição por um sínodo, uma facção que ainda adere a ele, e os
Meletians se tornou uma comunidade cismática; e tal que se manteve mesmo após a
morte de Pedro (3n), que demonstrou por seu martírio que seus conselhos de
moderação não foi solicitado por covardia.
Este cisma Meletian feito para a
desordem na vida eclesiástica do Egito, tudo o mais, porque os seus seguidores
do lado de Ário. O Concílio de Nicéia quebrou a força do movimento por grandes
concessões aos bispos Meletian, e, ao mesmo tempo, reconheceu expressamente os
direitos supremos do alexandrino ver o Egito, a Líbia ea Pentápolis. Uma vez
que, na resolução lidar com este ponto (canon vi.), Foi feita referência à
soberania análoga e indiscutível da sé romana - sobre XIX. 2 I das dez
províncias suburbican, ligado à diocese de Roma, incluindo média e baixa
Itália, com as ilhas de Sicília, a Córsega ea Sardenha - esta decisão consagra
uma prova importante para a história do papado.
Nesta oportunidade, os seus
privilégios antigos foram restaurados para o bispo de Jerusalém, que, em
conseqüência da história política da Terra Santa, foi subordinado ao
metropolitana de Cesaréia (cânon vii.). O caminho foi suavizada para a
readmissão dos Novatians ( cátaros ) para dentro da igreja, reconhecendo, neste
caso, o seu clero, com a estipulação de nu que a imposição das mãos devem
seguir a sua promessa escrita para ser fiel à doutrina da Igreja Católica
(canon viii.). -, Que diz respeito à questão muito debatida quanto ao término
do festival da Páscoa, o sínodo se comprometeu medida em que se pronuncia a
favor do ciclo de Alexandria - um acordo que implicava resultados tão
importantes na vida prática que foi comunicada ao as igrejas cristãs por
Constantino em uma carta circular.
O problema, se um batismo,
realizado por hereges, em nome de Cristo ou da Trindade, deve classificar como
um batismo ou. Não, tinha dado origem a uma controvérsia animada entre o bispo
romano Estevão, que respondeu afirmativamente, e Cipriano de Cartago, que deu
um decidiu igualmente negativa. O Conselho seguiu a prática romana, apenas
declarando a nulidade dos batismos transmitidos pelos adeptos de Paulo de
Samósata (cânone xix.). Uma disposição importante, em matéria de direito
eclesiástico, foi que a chirotony de um bispo exigida a presença de pelo menos
três outros bispos de sua província, enquanto a confirmação da escolha
permaneceu à disposição do metropolitano (canon iv.).
Outro regulamento foi que dois
sínodos provinciais deve ser realizado anualmente (canon v.); mas uma lei
decretando o celibato do clero foi rejeitado, em Nicéia, desde Pafúncio, um
bispo idoso do Egito que havia sido testado em perseguição, avisou os seus
colegas contra o perigo de impor demasiado árdua um jugo sobre o sacerdócio, e
defendeu a santidade de casamento.
Como Constantino convocou o
Sínodo, então ele determinou a sua conclusão. Um banquete brilhante no palácio
imperial - de que Eusébio de Cesaréia dá conta entusiasmado - marcou seu fim,
depois que os bispos foram concedidos seu retorno. As advertências para a paz
com a qual ele os dispensou provou inútil pelas razões indicadas acima, mas a
reputação do primeiro concílio ecumênico não sofreu redução em consequência.
fonte.enciclopedia britanica 1911
A
profissão de fé e os cânones do Concílio de Niceia
O
Concílio de Niceia estabeleceu vinte cânones, os quais darão sequência ao Credo
Niceno. Um breve resumo de seu conteúdo:
Cânon
I - Eunucos podem ser recebidos entre os clérigos, mas não serão aceitos
aqueles que se castram.
Cânon
II - Referente a não promoção imediata ao presbiterato daqueles que provieram
do paganismo.
Cânon
III - Nenhum deles deverá ter uma mulher em sua casa, exceto sua mãe, irmã e
pessoas totalmente acima de suspeita.
Cânon
IV - Relativo a escolha dos bispos.
Cânon
V - Relativo a excomunhão.
Cânon
VI – Relativo aos patriarcas e sua jurisdição.
Cânon
VII - O Bispo de Jerusalém seja honorificado, preservando-se intactos os
direitos da Metrópole.
Cânon
VIII - Refere-se aos novacianos.
Cânon
IX - Quem quer que for ordenado sem exame deverá ser deposto, se depois vier a
ser descoberto que foi culpado de crime.
Cânon
X - Alguém que apostatou deve ser deposto, tivessem ou não consciência de sua
culpa os que o ordenaram.
Cânon
XI – Penitência que deve ser imposta aos apóstatas na perseguição de Licínio.
Cânon
XII - Penitência que deve ser feita àqueles que apoiaram Licínio na sua guerra
contra os cristãos.
Cânon
XIII - Indulgência que deve ser dada aos moribundos.
Cânon
XIV – Penitência que deve ser imposta aos catecúmenos que caíram em apostasia.
Cânon
XV - Bispos, presbíteros e diáconos não se transferirão de cidade para cidade,
mas deverão ser reconduzidos, se tentarem fazê-lo, para a igreja para a qual
foram ordenados.
Cânon
XVI - Os presbíteros ou diáconos que desertarem de sua própria igreja não devem
ser admitidos em outra, mas devem ser devolvidos à sua própria diocese. A
ordenação deve ser cancelada se algum bispo ordenar alguém que pertence a outra
igreja, sem consentimento do bispo dessa igreja.
Cânon
XVII - Se alguém do clero praticar usura deve ser excluído e deposto.
Cânon
XVIII - Os diáconos devem permanecer dentro de suas atribuições. Não devem
administrar a Eucaristia a presbíteros, nem tomá-la antes deles, nem sentar-se
entre os presbíteros. Pois que tudo isso é contrário ao cânon e à correta
ordem.
Cânon
XIX – As regras a se seguir a respeito dos partidários de Paulo de Samósata que
desejam retornar a Igreja.
Cânon
XX - Nos dias do Senhor (refere-se aos domingos) e de Pentecostes, todos devem
rezar de pé e não ajoelhados.
Nas
atas do Concílio de Niceia, assinadas por todos os bispos participantes, com
exceção dos dois seguidores de Ario, constou o texto da seguinte profissão de
Fé:
“ Cremos
em um só Deus, Pai todo poderoso, Criador de todas as coisas, visíveis e
invisíveis; E em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho de Deus, gerado do Pai,
unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus
verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial do Pai, por
quem todas as coisas foram feitas no céu e na terra, o qual por causa de nós
homens e por causa de nossa salvação desceu, se encarnou e se fez homem,
padeceu e ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus e virá para julgar os
vivos e os mortos; E no Espírito Santo. Mas quantos àqueles que dizem: 'existiu
quando não era' e 'antes que nascesse não era' e 'foi feito do nada', ou
àqueles que afirmam que o Filho de Deus é uma hipóstase ou substância
diferente, ou foi criado, ou é sujeito à alteração e mudança, a estes a Igreja
anatematiza ”
FONTE WIKIPEDIA
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