sexta-feira, 3 de outubro de 2014

CRONOLOGIA HISTORICA


               Século I – Cronologia DA IGREJA PRIMITIVA

6 ou 4 a.C. – Nascimento de Jesus Cristo
2 a.C. – Nascimento de Paulo, conhecido como o Apóstolo dos Gentios
26 – Início do Ministério de João Batista (primo de Jesus)
26 a 30 – Ministério de Jesus Cristo
30 – Herodes Antipas manda decapitar João Batista
30 (ou 33?) - Morte e Ressurreição de Jesus Cristo
30 – Dia de Pentecostes (ler Atos 2)
36 – Martírio de Estevão
37 – Conversão de Paulo
41 – Em Antioquia pela 1ª vez utiliza-se o termo “cristãos”
44 – Martírio em Jerusalém do apóstolo Tiago, o maior
45 a 48 – 1ª Viagem Missionária de Paulo
45 a 50 – Tiago, irmão de Jesus, escreve a Epístola de Tiago
49 – Concílio de Jerusalém: a salvação é pela fé e não pela Lei
49 a 52 – 2ª Viagem Missionária de Paulo
49 ou 52 – Paulo escreve a Epístola aos Gálatas
50 – Mateus escreve o primeiro dos 4 Evangelhos (Evangelho de Mateus)
51 – Paulo escreve a Epístola aos Tessalonicenses
51 – Paulo escreve a 2ª Epístola aos Tessalonicenses
53 a 58 – 3ª Viagem Missionária de Paulo
56 – Paulo escreve a Epístola aos Romanos
56 – Paulo escreve a Epístola aos Coríntios
57 – Paulo escreve a 2ª Epístola aos Coríntios
58 – Prisão de Paulo: de Jerusalém é transferido para Roma
60 – Lucas escreve o Evangelho (Evangelho de Lucas)
60 – Lucas escreve o livro Atos dos Apóstolos
60 – Na prisão, Paulo escreve: Epístola aos Efésios, Epístolas aos Filipenses, Epístola aos Colossenses e Epístola a Filemom
63 – Tiago, irmão de Jesus, morre apedrejado em Jerusalém
64 – Paulo escreve a 1ª Epístola a Timóteo
64 – 1ª perseguição geral aos cristãos: Nero ateia fogo em Roma e culpa cristãos
65 – Pedro escreve a 1ª Epístola de Pedro
65 – Paulo escreve a Epístola a Tito
66 – Pedro escreve a 2ª Epístola de Pedro
67 – Paulo escreve a 2ª Epístola a Timóteo
68 – João Marcos escreve o Evangelho de Marcos
68 – Judas, irmão de Jesus, escreve a Epístola de Judas
68 – Paulo escreve a Epístola aos Hebreus
70  - Destruição do Segundo Templo em Jerusalém
85 a 90 – O Apóstolo João escreve a 1ª Epístola de João
85 a 90 – O Apóstolo João escreve a 2ª Epístola de João
85 a 90 – O Apóstolo João escreve a 3ª Epístola de João
85 a 90 – O Apóstolo João escreve o Evangelho de João
95 – Em Patmos João tem uma visão e escreve o Livro do Apocalipse (ou o Livro da Revelação)

Século I – Adendos Importantes
1ª Viagem Missionária de Paulo
2ª Viagem Missionária de Paulo
3ª Viagem Missionária de Paulo
Outras Viagens Missionárias

1ª Perseguição Geral aos Cristãos


Século II - Cronologia

 111 - Perseguição aos cristãos em Bitínia: Carta de Plínio a Trajano
  112 - Sete Cartas de Inácio de Antioquia
  115 - Ignatius introduziu o conceito de um líder acima dos outros (o bispo, distinguindo assim este título dos outros). Esse conceito tornou-se prevalente no século III
  138 - Possível martírio de Telésforo, bispo de Roma, pelo Imperador Adriano
  140-50 - Justino mantém uma escola de filosofia cristã em Roma. Justino Martir promove a primeira mudança com relação ao batismo com água e a divindade. Já que Justino não acreditava que Cristo era Deus, o Pai manifesto como homem, conforme os apóstolos ensinavam, batizava seus convertidos e seguidores da seguinte forma: "Eu te batizo em nome de Deus o Pai de todos e nosso salvador Jesus Cristo e do Espírito Santo". Justino acreditava e ensinava da mesma forma que os judeus que crêen que o nome de Deus é tão sagrado que o homem não deve pronunciá-lo, daí a sua afirmação de que Deus, o Pai e seu filho Jesus Cristo eram duas pessoas diferentes, pois ele não cria no nome de Jesus Cristo, sendo também, o nome do Deus Pai e do Espírito Santo. Esse resultado foi o pilar para o desenvolvimento de diferentes trindades no mundo religioso cristão.
  142-55 - Pio I torna-se o 1º e único bispo a governar a cidade de Roma
  144 - Marcião propõe um cânone com apenas o Evangelho de Lucas e 10 cartas de Paulo
  144 - Marcião é expulso da comunidade cristã de Roma devido à inúmeras heresias
  155 - Surge a 1ª reforma na igreja primitiva: o Montanismo
  156 - Surge o termo "Igreja Católica" = "Igreja Universal"
  160 - Marcião tenta introduzir o gnosticismo no cristianismo, considerado, posteriormente, um movimento herético
  161 - Martírio de Policarpo em Esmirna
  163 - Martírio de Justino em Roma
  170-80 - Taciano propoe o "Diassentêrom", uma versão condensada dos Evangelhos tradicionais. A proposta foi rejeitada pelos cristãos
  180 - Nascimento de Sabélio, um dos expoentes da heresia modalista que negava a doutrina da Trindade
  193 - Clemente ensina a doutrina cristã em Alexandria
  195 - Tertuliano passa a defender a supremacia do bispo de Roma sobre os demais bispos
  197 - Tertuliano de Cartago defende os cristãos na obra "Apologética", a mais importante literatura da igreja primitiva
  197 - 1ª Doutrina anti-bíblica: movimento herético de Zeferino, bispo de Roma, contra divindade de Cristo
  200 - É escrito "a Diogneto", uma vibrante apologia de um autor cristão ao seu destinatário pagão

Século III - Cronologia

 202 - Leis de Séptimo Severo contra os cristãos
  203 - Hipólito escreve a obra "Comentário a Daniel"
  207 - Tertuliano converte-se ao Montanismo
  210 - Tertuliano de Cartago enfatiza que os cristãos não devem participar do serviço militar
  215 - Sabélio passa a pregar a heresia unissista
  217 - Calixto torna-se bispo em Roma: cresce o sincretismo entre o cristianismo e outras religiões
  217 - Nova divisão na igreja primitiva: Hipólito também proclama-se bispo de Roma e acusa Calixto de apoiar o herege Sabélio
  218-23 - Surge a lenda de que Pedro foi o 1° papa
  220 - Origenes introduz a doutrina da trindade para bebês, na sua escola de preparação para o batismo em Alexandria, Egito.
 235 - Maximiano condena à morte Hipólito e Ponciano. Ambos consideravam-se bispos de Roma
  250 - O imperador Décio persegue cristãos por todo o Império
  250 - Martírio de Fabiano, bispo de Roma
  251 - Nova divisão na igreja primitiva: Cornélio é eleito bispo de Roma, alguns cristãos querem Novaciano, então surge o Novacionismo
  251 - Sínodo de Roma contra o cisma de Novaciano
  257 - O Sabelianismo propaga-se entre os cristãos da Lídia
  257-58 - Leis de Valeriano contra os cristãos
  258 - Martírios de Cipriano (bispo de Cartago) e Sisto (bispo de Roma)
  261 - Édito de tolerância para os cristãos
  265 - Sínodo de Antioquia: condenação de Paulo de Samósata
  270 - Santo Antônio dá origem a vida monástica no Egito
  280 - Conversão ao cristianismo de Tiridates, rei da Armênia
  297 - Diocleciano inicia nova perseguição aos cristãos
  300 - Surge a primeira lei de celibato para os sacerdotes

Século IV - Cronologia

 301 - O cristianismo torna-se a religião oficial da Armênia
  303-04 - Éditos de perseguição aos cristãos
  312 - Início do cisma donatista
  312 - A falsa conversão de Constantino
  312 - Início do costume de adorar os santos
  313 - Paz Geral da Igreja
  313 - Eusébio consegue do imperador Constantino a permissão para confeccionar 50 bíblias
  314 - Concílio de Arles
  320 - A heresia Ariana é desenvolvida no oeste do Império Romano. No ensino de Ários a divindade de Jesus Cristo é negada e Deus manifesta na carne e sangue de Jesus Cristo é tido como nada mais que o filho de Deus adotado. Se não fosse pela intervenção de Constantino em 325 d.C., essa heresia teria dominado completamente, o mundo da igreja do Oeste que mais tarde se tornou o mundo da Igreja Ortodoxa Grega.
  321 - Constantino promulga uma lei ordenando que todos descansem no dia do sol (domingo)
  325 - I Concílio de Nicéia. Sob o governo do imperador Constantino no Conselho de Nicéia, a trindade Tertuliana juntamente com a nova lei do batismo, tornam-se doutrinas oficiais nas igrejas do Império Romano, através do decreto imperial. Todos os sistemas religiosos fora do trinitarismo foram considerados heréticos, incluindo, os ensinamentos dos apóstolos e os de Arias, juntamente com outros grupos religiosos. Sob o governo de Constantino, os assim chamados grupos trinitatianos tornaram-se a religião oficial do império. Nessa época, a profecia do Apóstolo Pedro em 2º Epístola de Pedro 2:1-2 se cumpre. Devido ao concílio de Nicea, o mundo da igreja apostólica dentro do território romano foi levada a se esconder, ou se espalhar, devido a perseguição pelo próprio governo e a Igreja Católica Romana e os crentes trinitários.
  330 - Na fundação de Constantinopla, Constantino mistura o cristianismo com religiões pagãs
  339 - Perseguição aos cristãos no Império Sassânida
  340 - Anastácio de Alexandria visita Roma com 2 monges do Egito
 342-43 - Sínodo de Sárdica: conflitos entre católicos romanos e ortodoxos
  347 - Perseguição dos donatistas por Constante
  354 - O Natal, festa de origem pagã, é instituído pelo bispo romano Libério
  355 - Constantino II exila Libério, bispo de Roma, e põe em seu lugar Félix II
  357 - Anastácio de Alexandria escreve a "Vida de Santo Antônio"
  358 - Após a deposição de Félix II, Libério volta e é aceito pelos cristãos de Roma
  360 - Martim de Tours funda um mosteiro perto de Poitiers (França)
  361 - Anistia Geral aos cristãos
 363-65 - Reavivamento pagão no governo de Juliano
  366 - Os arianos empossam Ursino em oposição à Dâmaso, legal bispo de Roma. Todavia, a oposição só dura um ano
  367 - Concílio de Hipo: confirmação dos 66 livros da Bíblia Sagrada
  370 - Culto aos santos, por Basílio de Cesaréia e Gregório de Nazianzo
  372 - Gregório de Nazianzo, defensor da adoração às imagens, assume episcopado
  376 - O imperador Graciano rejeita título de Pontífice Máximo da Igreja
  376 - O imperador Graciano reprime os donatistas
  377 - Sínodo de Roma: condenação de Apolinário
  378 - S. Dâmaso, bispo de Roma, recebe o título pagão de Pontífice Máximo da Igreja
  380 - Édito de Tessalônica: Teodósio torna o cristianismo religião oficial
  381 - Concílios de Constantinopla e Aquiléia: condenado o apolinarismo
  384 - Em Roma, Jerônimo inicia a tradução da Bíblia para o latim vulgar
  385 - Prisciliano é executado como herético
  386 - Jerônimo continua a tradução da Bíblia na Palestina
  387 - Conversão de Santo Agostinho ao Cristianismo em Milão (Itália)
  389-91 - Teófilo, patriarca de Alexandria, inicia violenta campanha de destruição de templos pagãos
  392 - O imperador Teodósio proíbe a liberdade religiosa aos pagãos
  397 - O Concílio de Cartago incorpora o Livro de Apocalipse à Bíblia
  400 - As Confissões de Santo Agostinho
  400 - Horonato funda o mosteiro de Lérins (França)
  400 - Maria passa a ser considerada "Mãe de Deus"

  400 - Invenção da oração aos mortos e do Sinal da Cruz


PERIODO DE CONSTANTINO

    
  PERIODO DE CONSTANTINO INTRODUÇÃO AO PERIODO

       O cristianismo era como um tesouro precioso que os apóstolos encomendaram a outros homens de alta confiança, cheios do Espírito Santo. A igreja primitiva salvaguardou este tesouro precioso dentro de uma fortaleza inexpugnável, fortificado depois de quatro muros altos. Estes muros eram:

1. Nenhuma revelação nova.
Era difícil que uma doutrina nova conseguisse estabelecer-se porque a igreja primitiva tinha afirme crença de que não receberia nenhuma nova revelação depois do tempo dos apóstolos. Ademais, mantinham um espírito muito conservador. Criam que qualquer mudança de doutrina os envolveria imediatamente no erro.
2. A separação do mundo.
A separação da igreja do mundo protegia à igreja da influência das correntes de atitude se práticas mundanas.
3. O recorrer às igrejas apostólicas.
A prática voluntária de recorrer com qualquer pergunta aos anciãos das igrejas onde tinham ensinado os apóstolos assegurava a igreja à tradição apostólica.

4. A independência de cada congregação.
Se surgia uma doutrina falsa, era difícil que se disseminasse por toda a igreja primitiva porque cada congregação se administrava independente das demais
Enquanto estes quatro muros ficavam intactos, o cristianismo puro dos apóstolos ficava seguro de grandes contaminações.Quiçá com o percorrer dos anos estes muros se tivessem destruído eles mesmos. Nunca o saberemos, porque se derrubaram com grandes golpes primeiro.
Não digo que os muros se derrubaram sob os golpes da perseguição Ao invés, através de quase trezentos anos,Satanás dava à igreja primitiva um golpe de perseguição depois de outro. Mas os muros altos que protegiam à igreja primitiva não renderam quase nada.O verdadeiro é que o fogo da perseguição refinava à igreja primitiva,separando a escória do ouro espiritual.
Parece que depois de três séculos, Satanás se deu conta de que não podia destruir à igreja primitiva com a perseguição. Quando mudou de táticas, dentro de poucos decênios fez o que não tinha podido fazer durante todos aqueles trezentos anos. Agora em vez de usar os golpes brutais, usava a persuasão lisonjear para destruirá o cristianismo desde adentro dos muros. Faz-me pensar de uma das fábulas de Esopo que li quando era moço:Um dia o sol e o vento discutiam quem deles era o mais forte. Quando nenhum dos dois se rendeu depois de muita discussão, o sol propôs uma prova. O que ganhava a prova seria tido como o mais forte. Vendo a um homem com um casaco de lã que caminhava por um caminho no campo, o sol propôs que cada um deles trataria de fazer que o caminhante se tirasse o casaco. O vento esteve de acordo. O sol lhe convidou a ser primeiro,enquanto ele se retirou por trás de uma nuvem.
O vento desencadeou toda sua força, dando contra o caminhante com tanto impulso que quase lhe derrubou. Mas o caminhante,inclinando-se contra a força do vento, lutava por seguir seu caminho. E ainda que o vento dava com mais e mais força, o caminhante conseguiu manter-se de pé, e só estreitou seu casaco contra seu peito. Ao fim, ofegando e fatigado, o vento se rendeu.Depois o sol saiu de por trás da nuvem e ternamente esquentou ao caminhante com seus raios delicados. Dentro de poucos minutos, o caminhante se tirou o casaco.
Assim mesmo, quando Satanás tratou de vencer ao cristianismo a pura força, fracassou do tudo. Mas quando mudou de táticas e o adorno de honras, obséquios e palavras lisonjearas, a igreja primitiva rendeu se cedo.

Uma mudança de ênfase: da vida piedosa à doutrina
Como disse anteriormente, do segundo século ao terceiro tinha muito pouca mudança nas crenças fundamentais da igreja. No entanto, algo ia mudando. Para a metade do terceiro século, a igreja tinha perdido a pureza de sua vitalidade espiritual. Muitos cristãos começavam a adotar as modas imodestas dos mundano se enredavam cada vez mais na busca das riquezas E mais cristãos negavam ao Senhor quando defrontavam perseguição.1.
Enquanto a igreja primitiva ia perdendo sua vitalidade espiritual,reforçava mais e mais sua estrutura eclesiástica. Por exemplo, mais e mais ênfase se dava à autoridade dos bispos. E não só isso, o bispo de Roma começava a afirmar que ele tinha autoridade sobre as demais igrejas.2.
Disse-se que “o patriotismo é o último refúgio dosem vergonha”.3 Quando falamos do cristianismo, a teologia é o último refúgio da igreja débil. A teologia não exige nada de fé nada de amor, nada de sacrifício. O “cristão” que carece de uma fé verdadeira e uma relação vital com Deus pode afirmar que crê uma lista de doutrinas, o mesmo que pode o cristão forte e espiritual.
Enquanto a igreja primitiva ia perdendo vigor, dava mais e mais ênfase à doutrina. Para os fins do terceiro século, depois de bastante tempo sem perseguição, começaram a surgir cada ano mais rinhas sobre pontos de doutrina entre as diferentes igrejas. O historiador da igreja, Eusebio, contemporâneo desta época, escreveu da situação triste em que se encontrava a igreja: “Por causa da grande liberdade [outorgada pelo governo], caímos na preguiça. Tivemos inveja e falamos mal os uns dos outros. É quase como se tomássemos armas os uns contra os outros, porque os anciãos atacavam a outros anciãos com suas palavras como se fossem lanças, e o povo se dividia em diferentes bandos.”4 Como resultado, a igreja não estava preparada espiritualmente para a grande onda de perseguição que se estourou contra ela no princípio do quarto século. Esta perseguição, ainda que severa, não durou muito.Os primeiros decênios do século quatro trouxeram grandes mudanças à igreja Estas mudanças ameaçavam a vida da igreja mais do que a perseguição jamais a tinha ameaçado.

Como Constantino tratou de cristianizar o império
Desde o tempo do imperador Nero do primeiro século, não tinha nenhuma dinastia permanente de imperadores romanos. Ao invés, um imperador reinava um tempo e depois era derrotado por outro. No ano 306 d.C., quatro rivais compartilhavam a autoridade imperial de Roma. Severo reinava sobre Itália e África do Norte. Constantino reinava em Bretanha e Gália. Dois outros compartilhavam o império oriental. Quando Severo foi destronado por outro rival chamado Majencio, Constantino se declarou o único imperador legítimo do império ocidental.
Constantino era líder bastante hábil, um homem de decisão e de ação, capaz tanto de inspirar ao povo como também de organizá-lo Pouco depois de declarar-se o único imperador legítimo do ocidente, começou a cruzar os Alpes para assaltar a Roma e destronar a Majencio. Depois de ganhar uma série de vitórias Constantino começou a última fase da marcha a Romano ano 312. Enquanto se acercava a Roma, teve uma experiência que ia ter um impacto profundo na história do cristianismo e do mundo inteiro.
Eusébio, o historiador eclesiástico, uns anos depois escreveu do que Constantino relatou de sua experiência aquele dia. “O disseque passado meio dia, quando o dia começava a declinar, viram seus próprios olhos o sinal de uma cruz de luz no céu, acima do sol, na que estava esta inscrição: ‘Por este sinal, vencerás’.”5Constantino disse que depois teve um sonho em que Cristo lhe disseque fizesse um estandarte militar na forma de uma cruz. Este estandarte lhe brindaria proteção em todas as batalhas contra seus inimigos. Guiado por estas experiências, Constantino ordenou que lhe fizessem um estandarte especial. Tinha uma lança dourada vertical,cruzada por uma barra horizontal—para formar uma cruz. Uma coroa de ouro, enfeitada com jóias, estava colocada em cima da barra transversal, e embaixo estavam escritas as iniciais de Jesus Cristo
Levando este estandarte à batalha, os exércitos de Constantino venceram completamente aos exércitos de Majencio,cerca da ponte Milvio, como três quilômetros fora da cidade de Roma. Assim é que quando Constantino se fez o único imperador do império ocidental, atribuiu sua vitória ao Deus dos cristãos
A relação de Constantino desde este momento com a igreja se pode entender só se entende a relação que os imperadores romanos sempre tinham tido com a religião de seus súbditos. Os romanos sempre eram muito religiosos, e sempre atribuíam seu sucesso e prosperidade aos deuses que os abençoavam. A religião no império romano era assunto público, e sempre se entrelaçava com o estado. Orações e sacrifícios se faziam aos deuses nas festas do povo, e a adoração aos deuses nestas ocasiões se considerava a obrigação de todo patriota. Ofender aos deuses era delito contra o estado.6.
Constantino creu que em verdade o Deus dos cristãos lhe tinha dado a vitória, e que esse mesmo Deus protegeria sempre ao império... com a condição que os imperadores lhe adorassem e a igreja lhe fosse fiel. Por esta razão, Constantino começou a dar bênçãos à igreja e a seus líderes. Unindo-se com o imperador do oriente, promulgou o edital de Milão em 313. Este edital afirmou: “[Resolvemos] outorgar tanto aos cristãos e a todos os homens a liberdade de seguir a religião de sua consciência, para que todas aquelas deidades celestiais que existissem possam inclinar-se a nosso favor e ao favor de todos aqueles que vivem sob nosso governo.”7.
Notemos que Constantino não fez do cristianismo a única religião oficial do império romano. Singelamente reconheceu que a religião cristã era uma religião legítima igual às demais religiões do império. Com tudo, o cristianismo agora era a religião do mesmo imperador, e por isso gozava a mais prestígio do que as religiões pagãs. Muitos templos da igreja primitiva se tinham destruído na perseguição que teve antes que ascendesse Constantino ao trono. Por isso Constantino ordenou que os voltassem a construir, pagando os gastos do cofre público.Também começou a pagar aos anciãos da igreja um salário com dinheiro estatal, e fez leis que eximiram aos líderes da igreja de qualquer serviço obrigatório do estado. Isto fez Constantino porque queria que os bispos e diáconos dedicassem seu tempo e energias a suas congregações. Cria que uma igreja próspera assegurava a bênção de Deus sobre o império.8 Constantino também levantou aos cristãos a posições proeminentes em seu governo e escolheu a muitos de seus ministros de estado de entre os cristãos. Até pediu que os bispos cristãos acompanhas sema seus exércitos às batalhas para que tivessem a bênção de Deus9.

Os muros de proteção começam a derrubar-se
Por dois séculos e meio, o cristianismo tinha mudado muito pouco. Quatro muros altos o tinham protegido de grandes mudanças.Mas o muro a mais afora, o muro de um espírito muito conservador que não permitia nenhuma mudança, agora era ameaçado.Antes disto, qualquer doutrina ou prática nova se tinha recusado de imediato pelos líderes da igreja. Mas depois da “conversão” de Constantino, a igreja começou a examinar de novo sua atitude que condenava qualquer mudança como a introdução do erro.
Por exemplo, a igreja primitiva sempre tinha dito que era prática herege pagar um salário a seus bispos e anciões. Mas quando Constantino ofereceu pagar os salários, a igreja reconsiderou sua posição e decidiu aceitar a oferta. A igreja começou a dizer que uma nova era tinha amanhecido para o cristianismo, e que as normas antigas já não tinham que se seguir. Muitos cristãos agora diziam que Deus mesmo tinha mudado as normas. Eusébio escreveu: “Tem que tomar em conta tudo aquele que considera a fundo estes Atos que apareceu uma era nova e diferente na história da igreja primitiva. Uma luz antes disto desconhecida começou a alumiar nas trevas da raça humana. E todos temos que confessar que estas coisas são só a obra de Deus, quem levantou a este imperador piedoso para combater a multidão dos incrédulos.”10.
Quando descreve como Constantino convidou aos líderes da igreja a suas câmaras privadas para que se socializassem com ele, Eusébio se parece mais a um menino ingênuo do que a um líder formal da igreja “Os homens de Deus entraram sem temor nas câmaras reais mais privadas. Ali comiam alguns à mesma mesa do imperador, e outros se reclinavam nos divãs a ambos os lados.Um tivesse podido pensar que se formava um quadro do reino de Cristo dado em figuras—um sonho mais bem do que a realidade.”11O muro exterior que tinha protegido à igreja já estava rompido.Já não criam mais os cristãos do que qualquer mudança os envolveria no erro. Ao invés, a igreja começou a crer que a mudança podia trazer um melhoramento. Diziam que talvez o cristianismo dos apóstolos não era a cume do cristianismo,senão só o princípio. Até começaram a crer que Deus agora podia dar novas revelações. Os cristãos agora criam que a profecia de Ageu a respeito do templo que edificava Zorobabel podia aplicar-se à igreja: “A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos exércitos; e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos exércitos.”12 (Ageu 2.9). Segundo eles, a igreja estava por atingir novas cumes.

Como a amizade com o mundo arruinou à igreja primitiva
A o próximo muro que começou a derrubar-se era ele da separação com o mundo, e este cedo se destruiu por completo.A igreja era como uma jovem ingênua apaixonada com um noivo novo. O mundo quis a amizade da igreja, e a igreja não viu nenhum inconveniente em tal amizade. Pela primeira vez na história ser cristão dava prestígio social. E até preferência sedava aos cristãos quando se escolhiam aos oficiais do estado.No entanto, esta amizade com o mundo corrompeu o coração da igreja. Quando Constantino começou a fazer leis para cristianizar à sociedade, cedo desapareceu a distinção entre os cristãos e os mundanos. Antes disso, tinha muito pouco que atraía a um incrédulo à igreja senão só a fé em Deus. Os que se convertiam na prosperidade se provavam nos tempos de perseguição e se não eram sinceros, saíam-se da igreja. Poucas pessoas não regeneradas em realidade se atreviam a ficar na igreja Mas agora que o cristianismo dava prestígio social,muitos entravam na igreja. Muito cedo, o nome “cristão”não significava nada. Só indicava que uma pessoa afirmava mentalmente que aceitava o credo cristão e que tinha recebido s sacramentos da igreja.
Tão cedo como a igreja se fez amiga do mundo, começou a atuar como o mundo. Isto não se podia evitar, já que o mundo não pode atuar como Deus o quer. Atuar como Deus o quer,requer o poder de Deus. E a multidão não regenerada,ainda que chamados cristãos, não tiveram o poder de Deus. Ademais,nem desejaram atuar segundo a vontade de Deus, já que a vontade de Deus exige muita paciência, a vontade de sofrer, e uma plena confiança nele.
“¡Os desafiamos a que nos persigam!”Ao princípio, os novos métodos do mundo pareciam mais eficazes do que os métodos antigos. Por exemplo, a igreja mudou de método em responder à perseguição ou oposição que vinha do governo. Antes que isto, os cristãos se tinham escondido de seus perseguidores, ou tinham fugido. Mas agora, a multidão de gente não regenerada não estava disposta a aceitar a opressão, ou a tortura, ou até a morte—sem defender-se.
Por exemplo, quando o filho de Constantino mandou a um de seus generais a Constantinopla para depor ao bispo da igreja ali, a congregação fez um tumulto. Durante a noite, enquanto dormia o general, atacaram a casa onde se hospedava,prendendo-lhe fogo. Quando ao fim correu o general da casa,meio aturdido pela fumaça, jogaram-lhe mão. Arrastaram-no pelas ruas da cidade e de modo selvagem o golpeavam até dar-lhe morte.13 E isto não era caso único; era o normal quando o governo se opunha à igreja. O caráter da igreja tinha mudado.

Como impunham silêncio aos hereges
O mundo também tinha outro modo de tratar aos hereges.Constantino raciocinou que a igreja seria mais saudável se não tivesse hereges para enganar à gente. Por isto dispôs usar seu poder para eliminar aos hereges por meio do edital que dou a seguir:
“Compreendam agora, por meio do presente estatuto, vocês que são novacianos, valentines, marcionitas, paulicianos, emontanistas e todos os demais que criam e apóiam as heresias por meio de suas assembléias privadas… que suas ofensas são tão abomináveis e completamente infames que um dia não bastaria para numerá-las todas… Já que não é possível dar mais lugar a seus erros mortais, com o presente lhes advertimos que desde o dia de hoje se lhes proíbe reunir-se. Demos a ordem que seus templos lhes sejam tirados. Proibimos-lhes terminantemente que se façam mais suas reuniões supersticiosas e insensatas, não só em lugares públicos, senão também em casas particulares, ou em qualquer lugar.”14.
Poucos decênios antes disso, tinha sido um delito ser cristão.Agora era um delito ser herege. E a igreja aceitou esta mudança sem sequer um murmúrio de protesto. Era bastante difícil disputar com os hereges. Era bem mais fácil usar da autoridade do estado para impor-lhes silêncio.
Mas cedo vários grupos dentro da igreja qualificaram a outros grupos como hereges, e usaram a espada os uns contra os outros. Com o tempo, muitos mais cristãos se mataram entre si que os que tinham morrido pela espada dos romanos na época da perseguição. Sim, mais cem vezes.Ainda que é triste dizê-lo, quando os exércitos muçulmanos invadiram a Egito no ano 639, muitos cristãos lhes de ramas boas vindas como a libertadores. Sua vida era muita mais fácil sob o governo dos muçulmanos que tinha sido sob a mão de seus colegas cristãos.

O evangelismo por meio de arquitetura deslumbrante
Ao princípio, os cristãos celebravam seus cultos em casas privadas (Romanos 16.5). Quando as congregações cresciam,convertiam casas em salões de reunião e os chamavam “casas de oração”. Ninguém se atraía à igreja primitiva pela arquitetura de seus templos, senão pelos ensinos e as vidas piedosas do povo que constituía a igreja. No entanto, Constantino raciocinou que mais pessoas seriam atraídas ao cristianismo se os templos fossem mais impressionantes. Por isto, com dinheiro do estado, ele edificou templos deslumbrantes que competiam em magnificência com os templos pagãos. Os novos templos tinham colunatas impressionantes e tetos abovedados. Muitos deles tinham até fontes de água e andares elegantes de mármore. Constantino queria que nenhum pagão passasse por um templo cristão sem que se acordas se nele o desejo de olhar por dentro.15Sua idéia resultou muito bem. Os pagãos se atraíam aos novos templos magnificentes e como resultado, milhares deles “se converteram”.

Em vez de levar a cruz, os cristãos agora vendiam a cruz
Cedo a mãe de Constantino, Elena, aproveitou-se das circunstâncias Fez uma viagem a Jerusalém e disse ter descoberto o sepulcro de Jesus. Disse ademais do que achou três cruzes dentro do sepulcro, mas que não sabia qual era de Jesus. Assim é que levou as três cruzes a uma mulher mortalmente enferma, quem ao tocar a cruz de Jesus se curou.16 Assim começou uma onda de mania pelas relíquias
Daqui a pouco, as relíquias apareciam por todos os lados: os ossos dos profetas, os bocados da cruz, alguma prenda do vestido dos apóstolos, e outras coisas mais. Milhares de pessoas testemunharam ter-se curado de suas doenças por tocar a tais relíquias, ou ainda por só vê-los. E em pouco tempo, os negociantes estavam fazendo bons ganhos, vendendo tais relíquias supersticiosas.
Para os fins do sexto século, uma dama nobre pediu a Gregório então o bispo de Roma, que lhe mandasse a caveira do apóstolo Paulo para que ela a colocasse na igreja que estava edificando para honrar ao apóstolo. Gregório respondeu numa carta,dizendo: “Lamento que não posso fazer o que você me pede. Não me atrevo a fazê-lo. O corpo de São Pedro e de São Paulo produzem tão grandes milagres e terrores em suas igrejas que uno não pode sequer acercar-se a orar ali sem encher-se de grande temor.”17 Gregório seguiu dizendo que um sacerdote tinha caído morto quando por acaso tinha tratado de mover um dos ossos de Paulo.
Gregório seguiu em sua carta: “Deve saber que não é costume dos romanos, quando dava alguma relíquia dos santos,atrever-se a tocar qualquer parte do corpo [do santo]. Em vez disso,uma tela se põe dentro de uma caixa e se coloca cerca do corpo sagrado do santo. Quando se levanta [a tela], deposita-se com a reverência devida na igreja que vai dedicar. Os efeitos produzidos por este depósito são tão poderosos como se tivessem levado o mesmo corpo a esse lugar especial.”18 Gregório seguiu dizendo que um bispo romano tinha cortado com uma faca uma destas telas benditas e da tela tinha saído sangue.

A via para atingir o coração do pagão é através de seu estômago
O povo de Roma não se deleitava em nenhuma outra coisa tanto como nos banquetes. A igreja primitiva tinha tido o costume de recordar aos mártires da igreja cada ano no aniversário de sua morte com uma “comida fraternal” e um culto comemorativo. Agora alguns cristãos inovadores se deram conta de que poderiam atrair aos incrédulos à igreja se estas comidas fraternais fossem convertidas em festas para todo o povo. A idéia resultou muito bem, e muitos povos inteiros “se converteram” ao cristianismo desta maneira.

Não indica o crescimento a bênção de Deus?
Tendo aceitado o fazer mudanças, como podia a igreja primitiva saber se Deus aprovava as mudanças? A resposta era fácil: para eles o crescimento indicava a bênção de Deus. O cristianismo tinha crescido rapidamente pelos primeiros três séculos, mas depois da conversão de Constantino a igreja cresceu bastante da noite para o dia. Para o tempo do edital de Milão (313 d.C.), provavelmente uma décima parte do império romano setinha convertido ao cristianismo. Mas isso tinha levado quase trezentos anos. Agora, dentro de menos de cem anos depois do edital de Milão, quase todas as demais pessoas “se converteram”.A igreja cria que este crescimento rápido indicava que Deus aprovava as mudanças que se estavam fazendo. Quando aceitaram essa idéia, a igreja cedo adotou qualquer prática que trouxesse mais crescimento. Por exemplo, introduziram o uso das imagens na igreja, uma prática abominável para os primeiros cristãos.

Dois dos muros que tinham protegido ao cristianismo primitivo ficaram completamente destruídos. Só dois ficaram:(1) o referir os problemas às igrejas apostólicas, e (2) a independência de cada congregação. Sem sabê-lo, Constantino derrubou estes dois muros restantes com um só evento: o concílio de Nicea. 

BASILIO DE CESAREIA


                                 Basílio de Cesareia


Basílio Magno numa miniatura do século XV em Monte Atos
No oriente: Grande Hierarca e Professor Ecumênico
No ocidente: Padre capadócio; Arcebispo de Cesareia e Doutor da Igreja
Nascimento     329 ou 3301  em Cesareia, Capadócia, Império Romano
Morte   1 de janeiro de 379 (50 anos)2 . em Cesareia, Capadócia, Império Romano
Festa litúrgica 1 de janeiro (festa do santo)3 4 e 30 de janeiro (Três Grandes Hierarcas)5 6 na Igreja Ortodoxa
2 de janeiro na Igreja Católica7 , Igreja Anglicana8 e na Igreja Luterana8
15 de janeiro (16 em anos bissextos) na Igreja Ortodoxa Copta e na Igreja Ortodoxa Etíope Tewahedo8
14 de junho na Igreja Episcopaliana Americana
Atribuições      vestes de bispo, com o omofório, segurando um Evangelho ou um rolo. Em ícones, como um homem magro e asceta com uma longa barba negra.
Padroeiro        Rússia; Capadócia; administradores hospitalares; reformadores; monges;
Basílio de Cesareia, também chamado de São Basílio Magno ou Basílio, o Grande (em grego: Ἅγιος Βασίλειος ὁ Μέγας), foi o bispo de Cesareia, na Capadócia (atualmente a cidade de Kayseri, na Turquia), e um dos mais influentes teólogos a apoiar o Credo de Niceia. Foi também adversário das heresias que surgiram nos primeiros anos do cristianismo como religião oficial do Império Romano, lutando principalmente contra o arianismo e os seguidores de Apolinário de Laodiceia. Sua habilidade em balancear suas convicções teológicas com suas conexões políticas fez de Basílio um poderoso advogado da posição nicena.

Além de sua obra como teólogo, Basílio ficou conhecido por seu cuidado com os pobres e necessitados. Ele estabeleceu padrões para a vida monástica com foco na comunidade, na oração e no trabalho manual. Juntamente com São Pacômio, é lembrando como pai do monasticismo comunal no cristianismo oriental.

Basílio, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa são conhecidos como Padres Capadócios. A Igreja Ortodoxa e a Igreja Católica Oriental agrupam Basílio com Gregório de Nazianzo e João Crisóstomo como os Três Grandes Hierarcas. Ele é reconhecido como Doutor da Igreja na tradição oriental e ocidental.

1 História
1.1 Primeiros anos e educação
1.2 Annesi
1.3 Cesareia
2 Obras
3 Legado
3.1 Contribuições litúrgicas
3.2 Influências no monasticismo
4 Devoção
5 Referências
6 Bibliografia
7 Ligações externas
História[
Primeiros anos e educação
Basílio nasceu na rica família de Basílio, o Velho, um famoso retórico9 , e Emélia por volta de 330 d.C. em Cesareia na Capadócia10 . Seus pais eram conhecidos por sua piedade11 e sua avó materna era uma mártir, executada antes da conversão de Constantino I12 13 . Entre os irmãos de Basílio, quatro são geralmente venerados como santos: Macrina, a Jovem, São Naucrácio, Pedro de Sebaste e Gregório de Nissa.
Logo após o nascimento de Basílio, a família se mudou para as terras de sua avó Macrina, perto da cidade de Neocesareia. Lá, Basílio foi educado em casa por seu pai e pela avó, que havia sido aluna de Gregório Taumaturgo e acabou exercendo grande influência sobre ele14 . Após a morte de seu pai, ainda em sya adolescência, Basílio retornou para Cesareia para começar a sua educação formal15 . Lá, encontrou Gregório de Nazianzo, que se tornaria um amigo pela vida toda16 . Juntos, Basílio e Gregório foram estudar em Constantinopla, onde puderam ouvir as palestras de Libânio. Finalmente, os dois passaram quase seis anos em Atenas, começando por volta de 349, onde conheceram um companheiro de estudos que viria a se tornar o imperador romano Juliano, o Apóstata, grande inimigo do cristianismo17 18 .
Basílio deixou Atenas em 356 e, depois de viajar pelo Egito e Síria, retornou para Cesareia, onde, por cerca de um ano, advogou e ensinou retórica10 . Um ano depois, a vida de Basílio mudaria radicalmente depois de se encontrar com Eustátio de Sebaste, um bispo carismático e asceta19 . Basílio logo abandonou as suas profissões de docente e advogado para dedicar sua vida a Deus. Descrevendo o seu despertar espiritual, Basílio disse:“   Muito tempo eu desperdicei com vaidades e gastei quase toda a minha juventude com o trabalho que tive adquirindo uma sabedoria que Deus tornou vã. Então, de repente, como alguém que acorda de um sono profundo, virei meus olhos para a maravilhosa luz da verdade do Evangelho e percebi a inutilidade da sabedoria dos príncipes deste mundo, que se transformou em nada.            ”
          
— Basílio de Cesareia, Epístola 223.220 .
Annesi
Basílio, juntamente com Gregório de Nazianzo e João Crisóstomo, é um dos Três Grandes Hierarcas, reverenciados na Igreja Ortodoxa.
Séc. XVI. Ícone russo.
Após receber o sacramento do batismo, Basílio viajou em 357 para a Palestina, Síria e a Mesopotâmia para estudar o monasticismo e o ascetismo21 22 . Mesmo impressionado com a piedade dos ascetas eremitas, o ideal da vida de solitária contemplação tinha pouco apelo para ele23 . Por outro lado, ele se interessou muito pela vida religiosa comunitária. Após doar sua riqueza aos pobres, foi viver solitariamente por um curto período em Neocesareia no Íris21 . Basílio logo se cansou e, por volta de 359, juntou à sua volta um grupo de discípulos, incluindo seu irmão, Pedro. Juntos, fundaram um mosteiro nas terras da família perto de Annesi, no Ponto24 . Estavam ali também sua mãe, Emélia, já viúva, sua irmã Macrina e diversas outras mulheres que se dedicaram também à vida piedosa de oração e às obras de caridade. Eustátio de Sebaste já tinha trabalhado na região em prol da vida anacoreta e Basílio o reverenciou por isso, embora os dois divergissem sobre diversos pontos dogmáticos, o que gradualmente os separou .
Foi lá que Basílio escreveu suas obras sobre a vida monástica comunitária, que são consideradas fundamentais para o desenvolvimento da tradição monásticas na Igreja Ortodoxa e que o levaram a ser chamado de "Pai do monasticismo comunal ortodoxo"26 . Em 358, escreveu para o seu amigo, Gregório de Nazianzo, pedindo-lhe que se juntasse a ele em Annesi27 . Gregório eventualmente concordou e para lá se foi; juntos, colaboraram na "Filocalia", uma antologia das obras de Orígenes28 . Depois deste período, Gregório decidiu voltar para junto de sua família em Nazianzo.
Basílio também esteve no Concílio de Constantinopla de 360 e foi lá que se juntou pela primeira vez com os homoiousianos (vide controvérsia ariana), uma facção semi-ariana que ensinava que o Filho era de uma substância similar à do Pai, não a mesma ('tese dos homoousianos) e nem outra distinta (tese dos arianos)29 . Entre os membros do grupo estava Eustátio, o mentor de Basílio no ascetismo. Os homoiousianos se opunham ao arianismo de Eunômio, mas se recusavam a se juntar aos que apoiavam o Credo de Niceia. Esta posição o colocou em atrito com o seu bispo, Diânio, que era um niceno convicto. Anos mais tarde, Basílio abandonaria os homoiousianos e se tornaria um defensor dos nicenos .
Cesareia
Gregório de Nazianzo, grande amigo e colaborador de Basílio, co-escreveu com ele a "Filocalia".
Séc. XI. Afresco na Igreja de Chora, em Istambul.
Em 362, Basílio foi ordenado diácono pelo bispo Melécio de Antioquia. Ele foi convocado por Eusébio e foi ordenado presbítero da Igreja em 365, um ato que foi provavelmente o resultado de suas discordâncias com seus superiores eclesiásticos.
Basílio e Gregório de Nazianzo passaram os anos seguintes combatendo a heresia ariana, que ameaçava dividir a região da Capadócia30 . Os dois amigos entraram num período de cooperação fraternal muito próxima conforme participavam de grandes debates e disputas retóricas causados pela chegada de habilidosos teólogos e retóricos arianos na região31 . Quase sempre presididos por agentes do imperador Valente, Gregório e Basílio emergiram vitoriosos, confirmando para ambos que o futuro para eles estava na administração da Igreja.

Basílio assumiu uma posição na administração da Diocese de Cesareia26 . Relata-se que Eusébio teria se enciumado da reputação e influência que Basílio rapidamente conquistou e permitiu-lhe que voltasse para sua vida reclusa anterior. Posteriormente, porém, Gregório persuadiu Basílio a retornar, o que ele fez, e se tornou um gestor muito eficiente da diocese por muitos anos, mesmo dando quase todo o crédito a Eusébio .
Em 370, Eusébio morreu e Basílio foi escolhido para sucedê-lo, sendo consagrado bispo em 14 de junho de 37033 . Seu novo posto como bispo de Cesareia também lhe deu poderes de exarca no Ponto e bispo metropolitano de cinco bispos sufragâneos, muitos dos quais foram contra a sua eleição como sucessor de Eusébio .
Suas cartas mostram que Basílio trabalhou ativamente tentando reformar ladrões e prostitutas. Elas também mostram-no encorajando o clero a não serem tentados pelas riquezas ou pela vida comparativamente mais fácil de um padre, e que ele pessoalmente escolhia candidatos dignos das ordens sagradas. Basílio também teve a coragem de criticar funcionários públicos que falhavam na tarefa de prover a justiça ao povo e pregava todas as manhãs e tardes em sua própria igreja para grandes congregações de fiéis. E, por fim, ele construiu um grande complexo nas redondezas de Cesareia, chamado de Basiliad, que incluía um abrigo para os pobres, um hospício e um hospital .
Seu zelo pela ortodoxia doutrinária não evitou que ele visse os pontos positivos nas teses de seus adversários e, com o objetivo de manter a paz e a caridade, contentava-se em dispensar o uso da terminologia ortodoxa quando ela podia ser evitada sem sacrificar a verdade. O imperador Valente, que era ariano, enviou seu prefeito Modesto para tentar ao menos uma solução de compromisso com a facção nicena. A contundente resposta negativa de Basílio fez com que Modesto lhe dissesse que ninguém jamais o havia tratado desta forma, ao que Basílio respondeu "Talvez você jamais teve que lidar com um bispo antes". Modesto fez seu relato a Valente afirmando acreditar que nada além de violência seria suficiente contra Basílio. O imperador aparentemente não estava inclinado a usar de violência e, em vez disso, emitiu repetidas ordens para que Basílio fosse banido, nenhuma delas efetiva. Valente então foi ele mesmo a uma celebração da liturgia da Festa da Epifania e, na época, ficou tão impressionado com Basílio que doou-lhe terras para a construção do Basiliad .
Basílio entrou em contato com o ocidente e, com a ajuda de Atanásio de Alexandria, tentou superar a sua atitude de desconfiança em relação aos homoousianos. As dificuldade tinham se acentuado quando entrou no debate a questão da essência do Espírito Santo. Embora Basílio defendesse objetivamente a consubstancialidade do Espírito com o Pai e com o Filho, ele era dos que, fiéis à tradição oriental, não tolerava que o predicado homoousios ao Pai. Por esta aproximação, ele foi admoestado pelos mais tradicionais ortodoxos, principalmente os monges, mas foi defendido por Atanásio. Ele manteve sua relação com Eustátio de Sebaste, apesar das diferenças dogmáticas. Por outro lado, Basílio foi gravemente ofendido pelos aderentes mais extremados do homoousianismo, que pareciam para ele estar revivendo a heresia sabeliana (que, no afã de defender a consubstancialidade da Trindade, beiravam eliminar a distinção entre Pai, Filho e Espírito Santo) .
Ele também se correspondeu com o papa Dâmaso I na esperança de ter um bispo de Roma condenado a heresia onde quer que ela estivesse. A aparente indiferença do papa perturbou Basílio e ele se voltou para a tristeza e preocupação. É ainda tema de controvérsia o quanto ele acreditava que sé romana poderia ajudar as igrejas do oriente, com muitos teólogos católicos romanos alegando a primazia para o bispo de Roma sobre as demais igrejas, tanto em doutrina quanto em poderes eclesiásticos.

Obras
Estátua de São Basílio na Igreja da Theotokos do Sinal, em Moscou.
As principais obras teológicas de Basílio são "Sobre o Espírito Santo", um lúcido e edificante apelo às Escrituras e às tradições cristãs primitivas (para provar a divindade do Espírito Santo), e "Refutação da Apologia do Ímpio Eunômio", escrita em 363 ou 364, em três volumes contra Eunômio de Cízico, o principal defensor da forma mais extremada do arianismo conhecida como anomoeanismo .Famoso pregador, muitas de suas homilias, incluindo a série de palestras sobre a Grande Quaresma no Hexamerão ("Seis Dias"), e uma exposição sobre os Salmos foram preservadas. Algumas, como a contra a usura e a contra a carestia em 368, são valiosas pela história moral; outras ilustram a honra devida aos mártires e às relíquias; o "Discurso aos Jovens Gregos sobre a Literatura Grega" da literatura clássica mostra que Basílio foi fortemente influenciado por sua educação, que ensinou-lhe a apreciar a importância propedêutica dos clássicos .
Em suas exegeses, Basílio foi um grande admirador de Orígenes e da necessidade da interpretação espiritual das Escrituras, como sua co-edição da "Filocalia" com Gregório de Nazianzo testemunha. Em sua obra sobre o Espírito Santo, ele afirma que "tomar o sentido literal e parar é como ter o coração coberto pelo véu do literalismo judaico. Lâmpadas são inúteis quando o sol está brilhando." Ele frequentemente enfatizava a necessidade de reserva em assuntos doutrinários ou sacramentais. Ao mesmo tempo, Basílio era contra as alegorias mais ousadas de alguns de seus contemporâneos. Sobre isto, ele escreveu:“       Eu conheço as leis da alegoria, embora menos por meu esforço do que pelas obras de outros. Há os que, verdadeiramente, não admitem o senso comum das Escrituras, para os quais água não é água, mas alguma outra coisa, que se vê numa planta, num peixe, o que quer que desejem, que mudam a natureza dos répteis e das bestas para se adequarem às suas alegorias, como os intérpretes de sonhos que explicam visões para fazê-las servirem seus próprios propósitos            ”
           
— Basílio de Cesareia, Hexamerão 9.138 .
A maior parte de suas obras e umas outras poucas espúrias atribuídas a ele estão disponíveis no volume XXXVI da Patrologia Graeca, que inclui traduções para o latim de variada qualidade. Diversas obras também apareceram no final do século XX na coleção Sources Chrétiennes39 .

Legado
Contribuições litúrgicas


A maior parte das liturgias que trazem o nome de Basílio não são inteiramente obra do santo na forma atual, mas elas preservam, ainda assim, uma lembrança da atividade de Basílio na reformulação das orações litúrgicas e na promoção da música sacra. Acadêmicos patrísticos concluíram que a chamada "Litúrgia de São Basílio" "traz, inequivocamente, a mão, a pena, a mente e o coração de São Basílio Magno" .