A MÚSICA
NAS IGREJAS DOS PRIMEIROS SÉCULOS. CITAÇÕES.
(Nenhum relato mostra instrumentos sendo usado em nenhuma
igreja, pelo menos as não heréticas, pelo menos até 300 DC!). (Melhor dizendo,
até 1300, certamente; talvez mesmo até 1400, falta-nos repesquisar melhor).
Não chegamos ainda ao ponto de crer que de modo algum, em
hipótese alguma, instrumentos alguns podem ser usados no culto a Deus nas
nossas igrejas. (Cremos que as palavras "salmos" e
"salmodiar", usadas em relação a igrejas, implicam no acompanhamento
por harpa onde são dedilhados arpejos ou a melodia). Mas, para que ponderemos
gravemente no assunto instrumentos e seus usos, e os saibamos melhor adequar à
vontade de Deus, citaremos aqui o que grandes santos de Deus relatam sobre o
assunto:
4.1. PAIS DA IGREJA:
Primeiramente, vejamos 7 entre as muitas citações de alguns dos
chamados "Pais da Igreja", os maiores líderes das igrejas nos
primeiros séculos, historiadores fielmente escrevendo testemunhos oculares.
- MÁRTIR: "O simplesmente cantar não agrada crianças (os
judeus), mas o cantar acompanhados de instrumentos sem vida [artificiais], de
danças e de bater de palmas, lhes agrada [muito]. Por isto, o uso deste tipo de
instrumentos [artificiais] e de outras coisas agradáveis a crianças foi
removido das músicas das igrejas, e ficamos com o puro e singelo cantar
[acapela]". (Justino Mártir, no ano 139 depois de Cristo. Mártir nasceu em
100 DC, ao tempo que João escrevia o Apocalipse ).
- MÁRTIR: "O uso de música não foi recebido nas igrejas
cristãs da maneira que ela era entre os judeus, no estado infantil deles, mas
somente [foi aceito pelas igrejas] o uso do puro e desadornado cantar [com os
puros lábios, acapela]." (Justino Mártir, 139 AD. Voltamos a ter crianças
entre nós, Nadabes teimosamente amantes de modismos, outros de decibéis, outros
de palmas, danças, ritmos).
- CLEMENTE: "Ademais, Rei Davi, o Harpista de quem falamos
acima, nos incitou à verdade e para longe dos ídolos. Tão distante estava
[Davi] de cantar os louvores de demônios, que estes foram postos em fuga por
ele, com a verdadeira música; e quando Saul estava possesso, Davi o curou
meramente por tocar a harpa [não é dito que Davi cantou]!. [Em contraste] O
Senhor [como supremo artífice] formou no homem um [o mais] lindo instrumento,
que respira [com vida], [criado] à Sua própria imagem. Seguramente Ele mesmo [o
Cristo] é um instrumento de Deus, totalmente harmônico, melodioso e santo, a
sabedoria acima deste mundo, a Palavra celestial" ... "Aquele que
brotou de Davi e todavia era antes dele, o Verbo de Deus, zombou e desprezou a
lira e a cítara, aqueles instrumentos sem vida. Pelo poder do Espírito Santo,
Ele dispôs em harmoniosa ordem este grande mundo e, sim, o pequeno mundo do
homem também, corpo e alma juntos; e nestes instrumentos de muitas vozes do
universo, Ele [o Cristo] faz música para Deus, e canta com o acompanhamento do
instrumento humano, 'Porque vós sois minha harpa e meu órgão de flautas e meu
templo.' [isto é uma aplicação de 2Co 6.16?]. Clemente de Alexandria, 185 DC,
"Readings" p. 62).
- CLEMENTE: "Deixai o órgão de flautas [ou gaita] para o
pastor [de cabras], a flauta para os homens que temem os deuses-demônios e se
enfeitiçam [usando-a] na adoração dos seus ídolos. Tais instrumentos musicais
têm que ser expulsos de nossas festas sem a suas asas, pois são mais adequados
para os animais brutos e para aquela classe de homens que é menos capaz de
raciocinar [espiritualmente]. O Espírito, para purificar a liturgia divina de
qualquer tal celebração sem controles, canta [no Salmo 150]:
[a] 'Louvai-O com o som da trombeta' --> porque, de fato, ao
som da trombeta os mortos ressuscitarão;
[b] 'Louvai-O com a harpa' --> porque, de fato, a língua é a
harpa do Senhor;
[c] 'e com o alaúde-saltério. Louvai-O' --> entendendo a boca
como um alaúde-saltério movido pelo Espírito, tal como o alaúde-saltério é
movido pelo plectro [a palheta, de marfim ou de ouro];
[d] 'louvai-O com o tamborim e coral [que responde em eco]'
--> isto é, a Igreja esperando pela ressurreição do corpo na carne [a pele],
[Igreja] que é o coral, [o corpo e] eco [de Cristo];
[e] 'louvai-O com instrumentos de cordas e com órgão,' -->
chamando nossos corpos um órgão e seus tendões cordas, porque deles o corpo
deriva seu movimento coordenado e, quando tocado pelo Espírito, produz [os
maravilhosos, inigualáveis, inimitáveis e insuplantáveis] tons humanos;
[f] 'louvai-O com címbalos sonoros; louvai-O com címbalos
altissonantes' --> [címbalos sonoros] significam a língua da boca a qual,
com os movimentos dos lábios [címbalos altisonantes], canta as palavras.
[g] Então Ele convoca a toda a humanidade 'Tudo quanto tem
fôlego louve ao Senhor', porque Ele reina sobre todo espírito que Ele tem
feito. Na realidade, o homem é um instrumento de arco [uma inigualável harpa]
para a paz, mas estes outros instrumentos, se alguém se focaliza demasiado
neles, tornam-se instrumentos de conflito, para inflamar as paixões. Os
Etruscos, por exemplo, usam a trombeta para guerra; os Arcadianos, a corneta;
os Siquels, a flauta; os Cretenses, a lira; os Lacedonianos, o tubo de órgão
[ou gaita]; os Trácios, o clarim; os Egípcios, o tambor; e os Árabes, o
címbalo. Mas, quanto a nós, fazemos uso de somente um instrumento: somente a
Palavra [cantada] de paz pela qual adoramos Deus, não mais com as anteriores
harpa ou trombeta ou tambor ou flauta, as quais aqueles [pagãos] treinados para
a guerra usam." (Clemente de Alexandria, 190AD,
"The instructor, Fathers of the church", p. 130).
- EUSÉBIO: (admirável historiador, chamado "O Pai da História
da Igreja"): "Antigamente, no tempo em que aqueles da circuncisão
estavam adorando com símbolos e tipos, não era inapropriado elevar hinos a Deus
[acompanhados] com o saltério e a cítara, e fazê-lo nos dias de sábado...
[Hoje, porém] nós [os cristãos] oferecemos nossos hinos com um saltério vivo e
uma cítara viva, e com cânticos espirituais. As vozes dos cristãos, em
uníssono, são mais aceitáveis a Deus do que qualquer instrumento musical. É de
acordo com isto que, em TODAS as igrejas de Deus, unidas em alma e atitude, com
um só pensar e em concordância de fé e piedade, nós enviamos ao céu uma melodia
em uníssono, com as PALAVRAS dos Salmos [sem instrumentos]." (Eusébio,
260-340 DC).
- AGOSTINHO: "... instrumentos musicais não eram usados. A
gaita, o tamborim, e a harpa são aqui [neste mundo] tão intimamente associados
com os sensuais cultos pagãos, como também com as orgias desenfreadas e com as
performances imorais dos circos e teatros, que é fácil entender os
[justificados] preconceitos contra o uso deles [os instrumentos] na
adoração." (Agostinho 354 D.C., descrevendo o cantar [na igreja] de
Alexandria, sob Atanásio). POR QUE SERÁ QUE, HOJE, ALGUNS DOS NOSSOS IRMÃOS
MAIS AMADOS DE MODO ALGUM ADMITEM IMITAR O APÓSTOLO PAULO EM 1CO 8:13: "PELO
QUE, SE O MANJAR ESCANDALIZAR A MEU IRMÃO, NUNCA MAIS COMEREI CARNE, PARA QUE
MEU IRMÃO NÃO SE ESCANDALIZE" ? POR QUE? QUEM PODE JUSTIFICAR?
- CRISÓSTOMO: "Davi antigamente cantava canções, hoje nós
também cantamos hinos. Ele tinha uma lira com cordas sem vida, a igreja tem uma
lira com cordas vivas. Nossas línguas são as cordas da lira, tendo um som
realmente diferente mas muito mais de acordo com a devoção. Aqui não há
necessidade de cítara, ou de cordas esticadas, ou de plectro [palhetinha de
ouro ou marfim, para tanger cordas], ou de arte, ou de nenhum instrumento; mas,
se você quiser, você mesmo pode se tornar uma cítara, mortificando os membros
da carne e fazendo uma completa harmonia entre a mente e o corpo. Porque,
quando a carne não mais cobiça contra o Espírito, mas tem se submetido às suas
ordens e tem sido profundamente levada no caminho melhor e mais admirável,
então você criará uma melodia espiritual." (Crisóstomo, "Exposition of Psalms 41", escrito em 381-398 DC,
Source Readings in Music History, ed. O. Strunk, W. W. Norton and Co.: New
York, 1950, pg. 70. Crisóstomo viveu em 347-407 DC).
4.2. GRANDES ERUDITOS:
Vejamos, agora, em ordem cronológica, uma amostra de 9 citações
entre as muitas dúzias, talvez centenas, que temos disponíveis, dos mais respeitados
eruditos e historiadores cristãos, sobre a música no culto a Deus.
- AQUINAS: "Nossa igreja [isto é, o cristianismo, da origem
até este nosso século XIII] de modo algum usa instrumentos musicais (tais como
harpas e saltérios) para louvar a Deus, para que não pareça [ou ocorra] que ela
judaízou-se." (Thomas Aquinas, [1225-1274 DC], Bingham's Antiquities, Vol.
3, pág. 137).
- ERASMO: "Temos [recentemente] trazido para dentro das
nossas igrejas certa música teatral e de ópera; um tal confuso e desordenado
conflito de algumas palavras [palavras lutando contra sons de instrumentos e
contra palavras diferentes] como eu dificilmente penso que existiu mesmo em
qualquer dos teatros [dos pagãos] Gregos ou Romanos. As igrejas [catedrais
católicas] estrondam com o barulho das trombetas, dos órgãos [gaitas de fole]
[NOTA 4] e dulcímeros; e as vozes humanas [da congregação] lutam para se fazer
ouvir por debaixo deles. Os homens correm para as igrejas como se fossem para
os teatros, para terem seus ouvidos excitados. E, com esta finalidade,
fabricantes de órgãos são contratados com grandes salários, e muitos rapazes
desperdiçam todo o seu tempo aprendendo estes tons zoantes." (Erasmo,
1466-1536 DC, Commentary on 1Co 14:19).
- LUTERO: "O órgão (!) na adoração é a insígnia [o emblema
simbólico] de Baal. ... Os Católicos Romanos o tomaram emprestado dos
judeus." (Martinho Lutero, Mcclintock & Strong's Encyclopedia Volume
VI, pajé 762).
- CALVINO: "Instrumentos musicais celebrando os louvores a
Deus seriam não mais adequados do que o queimar de incenso, o acender de
candeeiros, e a restauração de outras sombras da Lei. Os Papistas, portanto,
têm imbecilmente tomado isto emprestado, como também muitas outras coisas, dos
judeus. Homens que são afeiçoados à pompa externa podem se deleitar naquela
barulheira; mas a simplicidade que Deus nos recomenda pelos apóstolos é muito
mais agradável a Ele. Paulo nos permite abençoar Deus na reunião pública dos
santos, somente em uma língua conhecida (1Co 14:16). Que iremos então dizer do
canto de coros que enche os ouvidos com nada mais que um som vazio [vazio
porque é atrapalhado pela zoeira dos instrumentos]?" (João Calvino,
Commentary on Psalms 33)
- WESLEY: "Não tenho nenhuma objeção ao uso de instrumentos
de música em nossa adoração, uma vez que eles não sejam vistos nem
ouvidos." (João Wesley, fundador do Metodismo, citado em Adam Clarke's
Commentary, Vol. 4, p. 685)
- FULLER: "A história da igreja durante os três primeiros
séculos fornece muitos exemplos de cristãos primitivos se enlevando em cantar,
mas (que eu possa me lembrar) nenhuma menção é feita de instrumentos. (Se minha
memória não me engana), este [uso de instrumentos] originou-se na Idade das
Trevas, [o apogeu] do Papado, quando quase que toda outra superstição foi introduzida.
Hoje, [instrumentos] são mais usados onde o menor dos respeitos é dado à
simplicidade primitiva." (André Fuller, batista, "Complete
works of Andre Fuller", Vol 3, P. 520, 1843).
- SPURGEON: "Louvai ao Senhor com a harpa. Israel estava na
escola [primária] e usava coisas infantis para ajudá-la a aprender; mas nestes
dias quando Jesus nos dá [sólido e maduro] alimento espiritual, pode-se fazer
melodia sem instrumentos [mesmo os] de corda e de sopro. Não temos necessidade
deles. Eles impediriam ao invés de ajudar nosso louvor. Cantai a Ele. Esta é a
mais doce e melhor música. Nenhum instrumento é como a voz humana."
(Comentário sobre Salmo 42:4). "Davi parece ter tido uma recordação
particularmente terna do cantar [simples] dos peregrinos, e seguramente esta é
a mais deliciosa parte da adoração e que chega mais próximo da adoração no céu.
Que degradação suplantar o cantar inteligível de toda a congregação pela beleza
teatral de um quarteto [não estamos certos se Spurgeon se refere a cantores ou
rabecas], foles, e gaita de fole! Tanto podemos [inutilmente] orar
mecanicamente como [inutilmente] louvar por maquinários [instrumentos e
equipamentos]." (Charles H. Spurgeon, Commentary on Psalm 42. Spurgeon
pregou para 20.000 pessoas cada domingo, por 20 anos, no Tabernáculo Batista
Metropolitano, em Londres, antes do uso da eletricidade e microfones, e jamais
foram instrumentos de música mecânicos usados nos cultos. Quando lhe
perguntaram a razão, citou 1Co 14:15 ["Que farei, pois? Orarei com o espírito,
mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também
cantarei com o entendimento"] e então declarou: "Eu tão cedo oraria a
Deus com maquinário quanto cantaria a Deus com maquinário."]
- FINNEY: "Os cristãos iniciais recusaram a ter nada a ver
com instrumentos musicais, os quais [sabiam que] eles poderiam ter herdado do
antigo mundo [pagão]." (Teodoro Finney, A History of Music, 1947, p. 43)
- LANG: "Todas as nossas fontes [livros] lidam amplamente
com a música vocal na igreja, mas se resguardam de mencionar quaisquer outras
manifestações da arte musical [na igreja]. ... O desenvolvimento da música
Ocidental foi decisivamente influenciado pela exclusão de instrumentos musicais
da igreja cristã inicial." - Paul Henry Lang, Music In Western Civilization,
pp. 53,54.
- LEICHTENTRITT: "No entanto, na Igreja Cristã inicial, só
o cantar era permitido, não o tocar de instrumentos." - Hugo, Music,
History And Ideas, p. 34
- NAUMAN: "Não pode haver nenhuma dúvida de que,
originalmente, em todos os locais, a música do culto a Deus foi inteiramente de
natureza vocal." - Emil Nauman, The History Of Music, Vol. 1, p. 177
- RITTER: "Não temos conhecimento real do caráter exato da
música que formava uma parte da devoção religiosa das primeiras congregações cristãs.
No entanto, [sabemos que] ela foi puramente vocal." - Dr. Frederick Louis
Ritter, History Of Music From The Christian Era To The Present Time, p. 28
- COLEMAN: "Tanto os judeus nos seus cultos no templo, como
os gregos em sua adoração aos ídolos, tinham o costume de cantar com o
acompanhamento de instrumentos musicais. Os convertidos ao cristianismo têm que
ter sido familiares com este modo de cantar ... Mas é geralmente admitido que
os primeiros cristãos não empregavam nenhum instrumento musical nos seus
cultos." -- Lyman Coleman (Presbiteriano), The Apostolic And Primitive
Church, pp. 368-369.
[Talvez lhe pareça estranho que a música fosse inteiramente
vocal na igreja inicial, quando instrumentos musicais eram tão comuns na
adoração dos judeus e dos gentios. Mas não quando você relembrar que a adoração
no Novo Testamento devia ser espiritual em sua ênfase.]
- ROMA: "... os primeiros crentes eram de uma fibra
demasiadamente espiritual para substituírem a voz humana por instrumentos sem
vida, ou [mesmo] para usar [aqueles instrumentos] como acompanhantes [da voz
humana]." -- Catholic Encyclopedia
- CAVARNOS: "Na igreja bizantina, a execução de música por
instrumentos, ou mesmo o acompanhamento de cânticos sacros por instrumentos,
era proibida pelos Pais [os líderes religiosos] do Oriente [as regiões ao redor
e incluíndo a Grécia], como sendo incompatíveis com o caráter espiritual,
solene e puro da religião de Cristo." -- Constantine Cavarnos [Grego
Ortodoxo], Bysantine Sacred Music
- CLARKE: "A música, como uma ciência, eu estimo e admiro:
mas os instrumentos de música na casa de Deus, eu abomino e aborreço. Eles são
o abusar da música [o transgredir da música de louvor a Deus]; e eu aqui
registro meu protesto contra todas tais corruções na adoração do Autor do
Cristianismo." - ADAM CLARKE (comentarista Metodista).
[Por que estes homens objetam tão fortemente contra instrumentos
musicais na adoração da igreja? Porque têm compreendido, apropriadamente, que:
1. [Tais instrumentos] eram uma extrapolação [indevida, pelos
judaizantes] da adoração judaica;
2. Como tal, [os usos de tais instrumentos, nos cultos] estavam
em desarmonia com a natureza ESPIRITUAL da adoração do NT; e
3. [Os usos de tais instrumentos, nos cultos] se encaixavam bem
na Lei Antiga com suas "sombras", não com a VERDADEIRA adoração do
NT.
FONTE SOLASCRPTURA-TT.ORG
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