OS PAIS DA IGREJA
O título “Pai”, aplicado historicamente a alguns líderes
cristãos, surgiu devido à reverência que muitos nutriam pelos bispos dos
primeiros séculos. A estes chamavam carinhosamente de “Pais” devido ao amor e
zelo que tinham pela Igreja, mais tarde, porém, este termo foi sacralizado
pelos escritores eclesiásticos, por volta de 1073 Gregório VII reivindica com
exclusividade o termo “PAPA”, ou seja, “Pai dos pais”.
Ele tem sua originalidade na Igreja do Ocidente, do século II.
Os “Pais Apostólicos” foram homens que tiveram contato direto com os apóstolos,
ou que foi citado por alguns deles. Para três indivíduos – Clemente de Roma,
Inácio e Policarpo – esta titulação é regularmente aplicada. Principalmente
Policarpo, para o qual existem evidências de contato direto com os apóstolos.
No final do século I morre em Éfeso o último dos apóstolos,
João, após ter servido ao seu mestre fielmente durante toda sua vida é agora recolhido
ao seu lado no lar celestial. Terminava assim a era apostólica. Mas Deus já
havia preparado homens capazes para cuidar do seu rebanho. Começa um período
novo para a igreja, a obra que os apóstolos receberam de seu Salvador e a
desenvolveram tão arduamente acha-se agora nas mãos de novos líderes que tinham
a incumbência de desenvolver a vida litúrgica da igreja como fizeram aqueles. O
período que comumente é chamado de pós-apostólico é de intenso desenvolvimento
do pensamento cristão. Por isso é de suma importância analisar a doutrina dos
chamados “Pais da igreja”, pois eles foram os responsáveis pelo povo de Deus
daquela época e pela teologia que construíram, sendo que até hoje serve de base
para a Igreja. Do século II até o século IV, nomes como o de Clemente de Roma,
Clemente de Alexandria, Inácio de Antioquia, Policarpo, Justino o mártir,
Irineu de Lião, Origines, Tertuliano e outros, que foram os responsáveis por
transmitir os ensinamentos bíblicos, merecem não pouco reconhecimento por sua
fé, virtude e zelo que nutriam pelo corpo de Cristo na terra – a Igreja.
Entretanto, devemos lembrar que mesmo homens como esses não ficaram isentos de
erros e até mesmo foram considerados como heréticos por seus resvalos
teológicos. Esse foi o caso de Orígenes, por exemplo, que teve muitos de seus
ensinos condenados pelo II concílio de Constantinopla em 553.
A maior parte dessas obras foram escritas em grego e latim,
embora haja também muitos escritos doutrinários em aramaico e outras línguas
orientais.
Patrística é o corpo doutrinário que se constituiu com a
colaboração dos primeiros pais da igreja, veiculado em toda a literatura cristã
produzida entre os séculos II e VIII, exceto o Novo Testamento.
Histórico
O conteúdo do Evangelho, no qual se apoiava a fé cristã nos
primórdios do cristianismo, era um saber de salvação, revelado, não sustentado
por uma filosofia. Na luta contra o paganismo greco-romano e contra as heresias
surgidas entre os próprios cristãos, no entanto, os pais da igreja se viram compelidos
a recorrer ao instrumento de seus adversários, ou seja, o pensamento racional,
nos moldes da filosofia grega clássica, e por meio dele procuraram dar
consistência lógica à doutrina cristã.
O cristianismo romano atribuía importância maior à fé; mas entre
os pais da igreja oriental, cujo centro era a Grécia, o papel desempenhado pela
razão filosófica era muito mais amplo e profundo. Os primeiros escritos
patrísticos falavam de martírios.
Em meados do século II, os cristãos passaram a escrever para
justificar sua obediência ao Império Romano e combater as idéias gnósticas, que
consideravam heréticas. Os principais autores desse período foram Justino – o
mártir, professor cristão condenado à morte em Roma por volta do ano 165;
Taciano, inimigo da filosofia; Atenágoras; e Teófilo de Antioquia. Entre os
gnósticos, destacaram-se Marcião, que rejeitava o judaísmo e considerava
antitéticos o Antigo e o Novo Testamento.
No século III floresceram Orígenes, que elaborou o primeiro
tratado coerente sobre as principais doutrinas da teologia cristã e escreveu
Contra Celsum e Sobre os princípios; Clemente de Alexandria, que em sua
Stromata expôs a tese segundo a qual a filosofia era boa porque consentida por
Deus; e Tertuliano de Cartago. A partir do Concílio de Nicéia, realizado no ano
325, o cristianismo deixou de ser a crença de uma minoria perseguida para se
transformar em religião oficial do Império Romano. Nesse período, o principal
autor foi Eusébio de Cesaréia. Dentre os últimos gregos destacaram-se, no
século IV, Gregório Nazianzeno, Gregório de Nissa e João Damasceno.
Os maiores nomes da patrística latina foram Ambrósio, Jerônimo
(tradutor da Bíblia para o latim) e Agostinho, este considerado o mais
importante filósofo em toda a patrística. Além de sistematizar as doutrinas
fundamentais do cristianismo, desenvolveu as teses que constituíram a base da
filosofia cristã durante muitos séculos. Os principais temas que abordou foram:
as relações entre a fé e a razão, a natureza do conhecimento, o conceito de
Deus e da criação do mundo, a questão do mal e a filosofia da história.
DIVISÃO
Podemos dividir os Pais da Igreja em três grandes grupos, a
saber: Pais apostólicos, Apologistas e Polemistas.
Todavia devemos levar em conta que muitos deles pode se
enquadrar em mais de um desses grupos devido à vasta literatura que produziram
para a edificação e defesa do Cristianismo, e também de acordo com o que as
circunstancias exigiam, como é o caso de Tertuliano, considerado o pai da
teologia latina. Sendo assim então temos:
Pais apostólicos: Foram aqueles que tiveram relação mais ou
menos direta com os apóstolos e escreveram para a edificação da Igreja,
geralmente entre o primeiro e segundo séculos. Os mais importantes destes
foram: Clemente de Roma, Inácio de Antioquia, Papias e Policarpo.
Apologistas: Foram aqueles que empregaram todas suas habilidades
literárias em defesa do Cristianismo perante a perseguição do Estado.
Geralmente este grupo se situa no segundo século e os mais proeminentes entre
eles foram: Tertuliano, Justino – o mártir, Teófilo e Aristides.
Polemistas: Os pais desse grupo não mediram esforços para
defender a fé cristã das falsas doutrinas surgidas fora e dentro da Igreja.
Geralmente estão situados no terceiro século. Os mais destacados entre eles
foram: Irineu, Tertuliano, Cipriano e Orígenes.
150 – JUSTINO MÁRTIR ESCREVE ‘APOLOGIA’
Era filósofo (Pitágoras, Aristóteles);Ao encontrar-se com um
velho cristão em uma praia, converte-se;“Toda a verdade é verdade de Deus”,
dizia em um de seus discursos no qual apresentava relações entre a filosofia e
a fé.Teve sua vida como que um paralelo coma vida de Paulo: Conversão, Grego,
gentios, martírio em Roma;Segundo Curtis:“A vida de Justino apresenta mui¬tos
paralelos com a vida de Paulo. O apóstolo era um judeu nascido em área gentia
(Tarso); Justino era um gentio nascido em aráa judaica (a an¬tiga Siquém). Eles
tinham boa for¬mação e usavam o dom da argumen¬tação para convencer judeus e
gentios da verdade de Cristo. Os dois foram martirizados em Roma em razão de
sua fé.
A maior obra de Justino, a Apologia foi endereçada ao imperador
Antonino Pio (a palavra grega apologia refere-se à lógica na qual as crenças de
uma pessoa são baseadas). En¬quanto Justino explicava e defendia sua fé, ele
discutia com as autorida¬des romanas por que considerava er¬rado perseguir os
cristaos. De acordo com seu pensamento, as autoridades deveriam unir forças com
os cristãos na exposição da falsidade dos siste¬mas pagãos”Foi decapitado em
Roma em 165. “Vocês podem nos matar, mas não podem nos causar dano verdadeiro.”
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