LIVRO DE ATOS PARTE N.2
Sinais e
maravilhas na Igreja
Por que os sinais e maravilhas eram tão comuns à Igreja
Primitiva? Qual o segredo daqueles cristãos? Não havia segredo algum. Havia uma
obediência amorosa e consciente à Grande Comissão que o Senhor Jesus confiou
aos seus discípulos. Quanto mais evangelizavam e faziam missões, mais o Cristo
neles operava por intermédio do Espírito Santo.
O mesmo não ocorre hoje com as igrejas que levam a sério o
imperioso “ide” de Cristo? Leia com atenção os últimos versículos do Evangelho
de Marcos e constate, em nossa própria realidade, o cumprimento pleno desta
promessa: “E estes sinais seguirão aos que crêem: em meu nome, expulsarão
demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma
coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos
e os curarão” (Mc 16.17,18).
Vejamos, pois, o papel e as funções dos sinais e maravilhas,
operados pelo Espírito Santo, na vida da Igreja.
SINAIS E MARAVILHAS, A
AÇÃO SOBRENATURAL DA IGREJA
O milagre tem de ser visto não como algo que ficou nos tempos
bíblicos, mas como um recurso que o Espírito Santo nos coloca à disposição para
que glorifiquemos a Deus e disseminemos o evangelho de Cristo.
Definição. Os sinais e
maravilhas descritos na Bíblia, principalmente em o Novo Testamento, são
operações extraordinárias e sobrenaturais de Deus no âmbito das coisas naturais.
São uma suspensão das leis da natureza. Somente o que criou todas as coisas
pode agir natural e sobrenaturalmente em todas as coisas, porque tudo lhe é
possível (Mc 10.27).
Objetivos do milagre.
Dois são os objetivos do milagre: glorificar a Deus e expandir-lhe o Reino (Mc
2.12; Lc 5.26; Jo 11.4). Em Atos, os prodígios operados pelos apóstolos
abriram-lhes as portas da Palavra, a fim de que anunciassem com poder e
destemor o evangelho. Haja vista o ocorrido na Porta Formosa (At 3.1-11). E o
ocorrido em Listra? (At 14.8-18). A intervenção sobrenatural de Deus visa
também beneficiar o ser humano. Alguém que é curado do câncer, por exemplo,
enaltece o nome do Senhor pelo favor imerecido.
O milagre, por conseguinte, não tem por objetivo criar um
espetáculo. Foi por isso que o Senhor emudeceu-se e nada fez ante a curiosidade
de Herodes (Lc 23.8,9). Somente os que buscam a própria glória transformam os
sinais e maravilhas em um show.
Em Atos capítulo três, Pedro e João dirigiam-se ao Santo Templo
a fim de orarem, quando se depararam com aquele coxo de nascença que,
diariamente, era trazido ao lugar sagrado para esmolar (At 3.2). Observemos que
os apóstolos subiam juntos à Casa de Deus para buscar ao Senhor. Se juntos
clamavam ao Senhor, juntos estavam prestes a realizar um grande milagre.
Oração e milagre. Sem
oração não há poder. Moisés e Jesus, que operaram grandes e portentosos sinais,
viviam em constante oração e jejum (Êx 24.12-18; Mt 4.2). Se nós obreiros desta
geração quisermos também realizar milagres e maravilhas é mister que, juntos, à
hora da oração, subamos ao templo. A mão do nosso Deus não está encolhida para
efetuar o sobrenatural.
Quando nem ouro nem a
prata fazem a diferença. Ao ver os apóstolos, esperava o coxo receber deles
alguma coisa. Todavia, declarou-lhe Pedro: “Não tenho prata nem ouro, mas o que
tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda” (At
3.6).
Hoje, há muitas igrejas ricas e poderosas. Algumas destas,
porém, já não conseguem mostrar o poder que operava nos apóstolos. Sim, elas
possuem muita prata e muito ouro, mas nenhum poder. O ouro e a prata somente
são eficazes quando utilizados na expansão do Reino de Deus. Caso contrário, de
nada valem diante daquele que disse: “Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o
Senhor dos Exércitos” (Ag 2.8). Portanto evangelizemos e façamos missões!
O milagre na Porta Formosa. O mendigo achava-se justamente na
Porta Formosa do Santo Templo (At 3.2). Que contraste! Diante de toda aquela
suntuosidade, um mendigo. A porta era formosa e rica, mas achava-se fechada
para aquele homem enfeado pela doença e empobrecido por sua condição social.
O MILAGRE ABRE A PORTA DA PALAVRA
Realizado o milagre, o que fizeram os apóstolos? Certamente não
trabalharam o seu marketing pessoal nem foram abrir uma igreja independente.
Sabendo que a excelência estava em Cristo e não em si, aproveitaram a ocasião a
fim de proclamar o evangelho. Como tem você agido quando Deus usa-o na
realização de um milagre ou prodígio? Chama a glória toda a si? Ou glorifica o
Senhor da glória? Observe o modo como os apóstolos trataram o prodígio.
A proclamação da Palavra é mais importante que o milagre. Não
resta dúvida de que um portento fora realizado. Era notório a todos (At 4.16).
Era algo simplesmente inegável. Todavia, os apóstolos estavam prestes a mostrar
que aquela ocasião era mais do que propícia à proclamação da Palavra de Deus.
Hoje, temos muitas terças e quintas-feiras de milagres. Mas que todos os dias
sejam dedicados à pregação do evangelho. O Senhor Jesus estará presente entre
nós operando sinais e prodígios diariamente.
A proclamação da Palavra deve ser feita a tempo e a fora de
tempo. É o que recomenda Paulo a Timóteo: “Conjuro-te, pois diante de Deus e do
Senhor Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu
reino, que pregues a palavra, instes a tempo, redarguas, repreendas, exortes,
com toda a longanimidade e doutrina” (2 Tm 4.1,2).
Por conseguinte, Pedro e João aproveitaram a oportunidade a fim
de proclamar o Evangelho de Cristo tanto para o povo quanto para os sacerdotes.
Leia com vagar os capítulos três e quatro de Atos dos Apóstolos. E veja quantas
portas a pregação da Palavra foram abertas através do milagre operado pelos
apóstolos na Porta Formosa. Tem você aproveitado as oportunidades para anunciar
a mensagem da cruz? Ou acha que o milagre não passa de um espetáculo? É chegado
o momento de se pregar a tempo e fora de tempo que Cristo Jesus morreu e
ressuscitou para salvar o pecador.
Os sinais seguem aos que crêem. Mas quando estes seguem aqueles,
a igreja começa a ter problemas. Vejamos, pois, os milagres e prodígios como
oportunidades para anunciarmos o Evangelho de Cristo até aos confins da terra.
Por acaso não agiam assim os apóstolos de Nosso Senhor? Por que,
então, agiríamos de outro modo? À semelhança de Pedro e João, declaremos com
autoridade e ousadia: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou.
Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda” (At 3.6).
“A natureza teológica de um milagre.Cada uma destas três
palavras que se referem a eventos sobrenaturais (sinal, maravilhas e poder)
delineia um aspecto do milagre. Um milagre é um evento incomum (maravilha) que
transmite e confirma uma mensagem incomum (sinal) por intermédio de uma
habilidade incomum (poder). Do ponto de vista divino privilegiado, o milagre é
um ato de Deus (poder) que atrai a atenção do povo de Deus (maravilhas) para a
Palavra de Deus (por meio de um sinal). [...] Eles são normalmente utilizados
como sinais para confirmar um sermão; como maravilhas para verificar as
palavras de um profeta; como milagre para ajudar a estabelecer a sua mensagem
(Jo 3.2; At 2.22). Um milagre, portanto, é uma intervenção divina, ou uma
interrupção, no curso regular do mundo que produz um evento com um objetivo
definido, o qual, apesar de incomum, não ocorreria (ou não poderia ocorrer) de
outra forma. Nessa definição, as leis naturais são compreendidas como sendo a
forma normal regular e geral pela qual o mundo funciona. Entretanto, o milagre
ocorre como um ato incomum, não-padronizado e específico de um Deus que
transcende o universo. Isto não significa que os milagres são contrários às
leis naturais; significa simplesmente que eles são originados em uma fonte que
está além da natureza”.(GEISLER, N. Teologia Sistemática. Vol.1. 1.ed. RJ:
CPAD, 2010, pp.43-44)
A
importância da disciplina na Igreja
Numa igreja descompromissada com a sã doutrina, crentes como
Ananias e Safira seriam até homenageados por sua “liberalidade e altruísmo”.
Mas numa igreja que prima pelo ensino, não subsistiriam. Haveriam de ser
desmascarados, repreendidos e fulminados pelo próprio Deus, pois Ele sonda-nos
a mente e o coração. A falta de doutrina, pois, acaba por induzir toda uma
congregação à hipocrisia e à mentira.No episódio de Ananias e Safira, Lucas
destaca o valor da disciplina na Igreja de Cristo. Por conseguinte, vejamos
porque o ensino é imprescindível ao povo de Deus.
A DISCIPLINA E SUA
NECESSIDADE
Definindo a disciplina. O
que é disciplina senão ensino? Mas possui ela também o seu lado grave: a
correção (Pv 15.10). Seu objetivo é conscientizar-nos quanto às consequências
de nossas atitudes (Gl 6.7). A falta de disciplina pode conduzir à morte. Foi o
que aconteceu a Ananias e a Safira.
A disciplina no Antigo
Testamento. Por intermédio de seus profetas, Deus mostra ao seu povo o valor e
a imprescindibilidade da disciplina (Jó 5.17). Ele requer que todos os seus
filhos sejam ensinados na Lei e nos Profetas (Sl 25.8). A disciplina é tão
preciosa quanto à própria vida (Pv 6.23). Eis o que diz Salomão: “O que ama a
correção ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é um bruto” (Pv
12.1).
Nestes tempos tão difíceis e trabalhosos, nós pais somos
coagidos a não aplicar a disciplina aos nossos próprios filhos. É claro que
também somos contra os maus tratos impingidos às crianças. Mas que estas têm de
ser disciplinadas, não o podemos negar. A recomendação é do próprio Deus: “O
que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina” (Pv
13.24 — ARA). Por que os educadores contrários à educação cristã, ao invés de
nos constrangerem com as suas impropriedades, não saem em defesa das crianças
abandonadas e prostituídas que fervilham nossas cidades? É necessário e urgente
resgatar a infância abandonada e proporcionar-lhe uma vida digna e segura.
A disciplina em o Novo Testamento. Embora vivamos sob os termos
da Nova Aliança, Deus em nada mudou quanto ao padrão disciplinar de seu povo.
Haja vista o Sermão do Monte. Agora, além de o Senhor ratificar o sétimo
mandamento, por exemplo, requer tenhamos nós um coração puro (Mt 5.27,28). Por
conseguinte, viver sob a lei do Espírito requer uma disciplina ainda maior.
Por quebrarem a disciplina, Ananias e Safira foram severamente
punidos pelo Senhor.
A OFERTA DE ANANIAS E
SAFIRA
Disposto a dedicar-se integralmente ao cumprimento da Grande
Comissão, Barnabé vende a sua propriedade e entrega todo o dinheiro aos apóstolos.
Lucas, ao registrar o fato, realça o desprendimento daquele levita natural da
ilha de Chipre, que haveria de prestar relevantes serviços ao Reino de Deus (At
4.36,37).
Ananias e Safira, imitando a Barnabé, também vendem a sua
propriedade. Ao contrário deste, o casal retém parte do dinheiro, e repassa o
restante aos apóstolos, como se aquele depósito representasse o valor total da
propriedade. Eles, porém, seriam desmascarados, repreendidos e mortalmente
punidos. Não se pode mentir a Deus.
O pecado contra o
Espírito Santo e a Igreja. O pecado de Ananias e Safira não foi um requinte
social como eles supunham; constituiu-se numa ofensa contra o Espírito Santo
(At 5.9). Ajamos, pois, com muito cuidado, porque o Senhor chamar-nos-á a
prestar contas de todas as palavras frívolas que proferirmos (Mt 12.36).
Se formos disciplinados na Palavra de Deus, jamais cairemos no
erro de Ananias e Safira: mentira, hipocrisia e roubo. Como vem você agindo?
Tem se dado à mentira? Cuidado. Os mentirosos não terão guarida no Reino de
Deus (Ap 22.15).
Uma oferta como a de Caim. Nossa atitude diante do Senhor é
sempre mais importante do que a nossa oferta. Vejamos a história de Abel e
Caim. Ambos trouxeram o fruto do seu trabalho a Deus. O primeiro teve a sua
oferenda aceita, pois justo era o seu coração. Quanto ao segundo, por ser
iníquo, foi rejeitado (Gn 4.6,7). Antes de atentar para a oferta, o Senhor
contempla o ofertante.
Ananias e Safira poderiam ter vendido a propriedade pelo valor
que bem entendesse e haver dado todo o montante, ou parte deste, à Igreja.
Pedro deixou-lhes isso bem patente (At 5.4). Mas como o casal, buscando a
própria honra, não mentiram somente a Pedro, mentiram também ao próprio Deus
(At 5.3).
O EXTREMO DA DISCIPLINA
Ananias e Safira conheciam muito bem a doutrina dos apóstolos e
não ignoravam o Antigo Testamento. Nas sinagogas, ouviam sábado após sábado, a
leitura da Lei, dos Escritos e dos Profetas. Chegaram eles a conhecer a Jesus?
É bem provável. Por conseguinte, não foram eles punidos inocentemente. Ao
mentirem a Pedro, sabiam estarem ofendendo o Espírito Santo. Eles sabiam que
esse pecado era gravíssimo (Mt 12.32).
A sentença de morte.
Confrontado pelo apóstolo Pedro, Ananias viu-se desmascarado. Naquele momento,
aliás, vê-se ele diante do tribunal divino e do Senhor recebe a sentença pela
boca do apóstolo: “Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que
mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade?
Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que
formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At
5.3,4).
Informa Lucas que, ouvindo a reprimenda de Pedro, Ananias caiu
por terra fulminado. O mesmo aconteceria à sua esposa três horas depois (At
5.10). O casal que contra o Senhor peca unido, unido também perecerá. Não
poderiam eles andar no temor e na disciplina divina?
A maldição é retirada do
arraial dos santos. Se Ananias e Safira não houvessem sido confrontados e
punidos, a Igreja de Cristo, como um todo, sofreria por causa do anátema.
Lembra-se do caso de Acã? Quando o pecado é revelado e a liderança não faz uso
da disciplina, segundo os padrões bíblicos, toda a igreja sofre debaixo da
maldição do pecado. Leia com atenção e temor o capítulo sete de Josué. Tomemos
cuidado, pois Deus não mudou. Ele continua o mesmo. Aliás, vejamos esta
advertência de Pedro: “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de
Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são
desobedientes ao evangelho de Deus?” (1 Pe 4.17)
“O tolo despreza a
correção de seu pai, mas o que observa a repreensão prudentemente se haverá”
(Pv 15.5). A disciplina é uma prova de amor. Deus requer que seus filhos andem
de conformidade com a sua Palavra. Se errarmos, Ele certamente
disciplinar-nos-á. No entanto, cuidado: Deus não se deixa escarnecer.
Ananias e Safira, simulando uma justiça que não possuíam,
mentiram para o próprio Deus. Por isso foram mortalmente punidos. Andemos,
pois, no temor do Senhor. “O delito de Ananias não foi reter parte do preço do
terreno; poderia ter ficado com tudo se quisesse; seu delito foi tentar
impor-se sobre os apóstolos com uma mentira espantosa unida à cobiça, com o
desejo de ser visto. Se pensarmos que podemos enganar a Deus, fatalmente
enganaremos a nossa própria alma. Como é triste ver as relações que deveriam
estimular-se mutuamente às boas obras, endurecerem-se mutuamente no que é mau!
Este castigo, na realidade foi uma misericórdia para muitas pessoas. Ele faria
as pessoas examinarem a si mesmas rigorosamente, com oração e terror da
hipocrisia, cobiça e vanglória, e a continuarem agindo assim. Impediria o
aumento dos falsos crentes. Aprendamos com isto quão odiosa a falsidade é para
o Deus da verdade, e não somente evitar a mentira direta, mas todas as
vantagens obtidas com o uso de expressões duvidosas e de significado duplo em
nosso falar”.(HENRY, M. Comentário Bíblico. 1.ed. RJ: CPAD, 2002, p.891)
O Pecado de Acã.“Certamente Acã descobriu que o pecado é uma
emoção passageira. Houve a emoção de obter alguma coisa secretamente. Ele teve
a emoção de conhecer uma coisa que os outros não conheciam. Ele teve a emoção
de ser procurado. Finalmente, chegou a emoção de ser o centro das atenções, de
ser ‘a manchete do dia’. Há pessoas dispostas a trocar suas vidas por essas
compensações.
Mas a emoção teve vida curta. O que ele fizera foi logo
descoberto por todos. O que ele havia escondido foi rapidamente manifesto a
toda a sua nação. Aquilo que ele considerou valioso mostrou-se impotente para
ministrar-lhe. Aquilo que ele teve orgulho tornou-se sua vergonha. Sua alegria
transformou-se em tristeza. Sua emoção momentânea terminou numa morte violenta.
Com ele pereceu tanto aquilo que ele havia roubado quanto o que era legitimamente
seu. Ele recebeu o salário do pecado. Ele foi ‘sem deixar de si saudades’ (2 Cr
21.20).
Este evento evidencia o princípio de que somente aqueles que
vivem vidas submissas diante de Deus recebem ajuda do Senhor. Acã recusou-se a
se submeter ao plano de Deus. Ele carecia da santidade que daria permanência ao
seu programa de vida.
O fato de que ‘nenhum de vós vive para si e nenhum morre para
si’ (Rm 14.7) é ilustrado pela vida de Acã. Um homem pode contaminar uma
comunidade tanto para o bem como para o mal. Paulo dá a essa ideia um cuidadoso
desenvolvimento em sua carta aos coríntios. Ele conclui: ‘De maneira que, se um
membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado,
todos os membros se regozijam com ele’ (1 Co 12.26).
A vida de Acã também nos ensina que o pecado nunca está oculto
aos olhos de Deus. O Senhor sabe o que os olhos veem, o que o coração deseja e
o que os dedos manipulam. Ele também sabe dos inúteis esforços do homem de
tentar enganá-lo. Mais cedo ou mais tarde, um ser humano deverá encarar seus
atos e prestar contas de todos eles.
Outra verdade importante é encontrada no fato de que, assim que
o pecado foi expiado, a porta da esperança se abriu. O povo sentiu mais uma vez
a segurança de que poderia avançar. Esta verdade continua em ação. Aquele que
aceita o sacrifício de Cristo pelo pecado imediatamente olha para a vida com
esperança e segurança”.(MULDER, C. O. et al. Comentário Bíblico Beacon. 1.ed.
Vol.2. RJ: CPAD, 2005, p.45)
Assistencia Social.
O diaconato foi instituído a partir de uma contingência. Tudo
aconteceu quando os crentes de expressão grega, inconformados por estarem suas
viúvas sendo preteridas na distribuição diária, puseram-se a murmurar contra os
hebreus. Buscando extinguir a dissensão, propuseram os apóstolos à “multidão
dos discípulos” a escolha de sete homens notáveis por sua reputação, para que
se encarregassem daquele “importante negócio”. Dessa forma, poderiam os
pastores da Igreja dedicar-se à oração e ao ministério da Palavra de Deus. O
que parecia um problema local redundou numa solução universal.
Se evangelizar e fazer discípulos são a incumbência primária da
Igreja Cristã, socorrer aos necessitados não lhe é tarefa secundária.
Aprendamos, pois, com os santos apóstolos a cumprir integralmente a missão que
nos confiou o Cristo de Deus. Tem você se ocupado com os mais carentes? Jesus
não os esqueceu. Ordena-nos o Senhor ainda hoje: “Dai-lhes vós de comer”.
AS DORES DO CRESCIMENTO
No Dia de Pentecostes, quase três mil almas converteram-se ao
Senhor (At 2.14-39). Apesar de um crescimento tão surpreendente, os discípulos
“perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e
nas orações” (At 2.42). O que isso evidencia? A completa dedicação da liderança
ao discipulado e à sã doutrina. Tem você se consagrado à evangelização e ao
ensino? Somente assim pode a sua igreja crescer. Esteja, contudo, preparado
para os incômodos e as dores que acompanham o crescimento. Foi o que experimentou
a Igreja em Jerusalém.
A urgência da assistência
social. Em razão do crescente número de conversos, os apóstolos não mais
tiveram condições de atender devidamente às demandas sociais da Igreja (At 4.4;
6.1). Era necessário organizar o ministério cotidiano. Se de início não havia
necessitado algum, agora já apareciam as queixas de um segmento muito
importante da irmandade: os gregos. Eram estes, segundo podemos depreender,
israelitas provenientes da Diáspora.
A Igreja em Jerusalém sentia, agora, as dores do crescimento.
Somente as igrejas que não crescem são poupadas de tais desconfortos.
Como está o trabalho de assistência social de sua igreja? Todos
estão sendo socorridos? O ideal é que, em nosso meio, ninguém seja esquecido
(At 4.34).
A murmuração dos gregos.
Os crentes de expressão grega puseram-se a reclamar de que suas viúvas estavam
sendo preteridas na distribuição diária (At 6.1). Fez-se murmuração o que era
queixume. Para esvaziar aquele clima de insatisfação que já começava a
generalizar-se, os apóstolos foram divinamente orientados a instituir o
diaconato. Por que permitir que seja a discórdia espalhada entre os irmãos?
Busquemos a sabedoria do alto. E assim teremos condições de pacificar os ânimos
e manter a unidade do povo de Deus.
A INSTITUIÇÃO DO DIACONATO
Com a murmuração dos gregos a ressoar-lhes aos ouvidos, os
apóstolos reuniram a “multidão dos discípulos”, objetivando solucionar aquele
problema. Por que deixá-lo avolumar-se e enfermar toda a congregação?
A participação da Igreja nas decisões. Os apóstolos, convocada a
Igreja, propuseram a escolha de sete varões, para se encarregarem da
assistência material e social aos santos. Requeria-se fossem os candidatos
homens de “boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria” (At 6.3).
Afinal, iriam eles lidar com o povo de Deus. Em sua Primeira Epístola a
Timóteo, Paulo destaca a importância desse ministério: “Porque os que servirem
bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé
que há em Cristo Jesus” (1 Tm 3.13).
O ministério diaconal. Apesar de o capítulo seis de Atos não
mencionar uma única vez a palavra “diácono”, não resta dúvida de que o ofício
foi instituído naquela ocasião. É mister ressaltar o destaque de dois daqueles
obreiros: Estêvão e Filipe (At caps. 6, 7 e 8). Não fossem os diáconos, como
haveriam os apóstolos de se dedicarem à edificação do corpo de Cristo?
Há que se mencionar o diácono Atanásio (295-373) que, na
História da Igreja Cristã, é honrado como o pai da ortodoxia.
Que o Senhor nos dirija na escolha de homens íntegros, sábios e
cheios do Espírito Santo, para que nos auxiliem no exercício do pastorado.
ASSISTÊNCIA
SOCIAL
Era imperioso aos apóstolos devotarem-se à oração e ao ensino da
Palavra de Deus. Doutra forma, como haveriam de edificar a Igreja na sã
doutrina? Todavia, estavam eles mais do que cientes: as obras de misericórdia
são também importantes. Que os crentes, pois, sobressaiamos igualmente pelas
boas obras (Mt 5.16; At 9.36; Ef 2.10). Não alerta Tiago que a fé sem as obras
é morta? (Tg 2.17). A assistência social na Igreja Cristã não será
menosprezada.
O “importante negócio”. O trabalho assistencial foi considerado
pelos apóstolos um “importante negócio” (At 6.3). Por isso houveram-se eles com
diligência na escolha dos melhores homens para exercê-lo. Na Igreja de Cristo,
o socorro aos necessitados também é visto como prioridade.
Havendo incumbido os diáconos de zelar pelo socorro aos pobres,
a Igreja Primitiva demonstra ser possível exercer o serviço cristão em sua
plenitude. Em sua despensa havia tanto o pão que desce do céu como o pão que
brota da terra. Que exemplo às igrejas de hoje! A ordem do Senhor não será
esquecida: “Dai-Ihes, vós mesmos, de comer” (Mt 14.16).
Servindo à Igreja de
Cristo. Tanto os doze apóstolos como os sete diáconos porfiaram em servir à
Igreja. Os primeiros com a oração e a Palavra; os segundos, com o ministério
cotidiano. Um não pode subsistir sem o outro. Sanada a dificuldade com a
assistência às viúvas gregas, informa-nos Lucas: “Crescia a palavra de Deus, e,
em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos
sacerdotes obedeciam à fé” (At 6.7 — ARA).
“A Comunhão Quebrad.Os crentes se dedicam a formar uma
comunidade de comunhão (At 2.42), que acha expressão em compartilhar as
possessões com os necessitados. Como exemplo positivo de comunhão, Lucas chamou
atenção a Barnabé (At 4.36,37); em contraste, Ananias e sua esposa são exemplos
negativos (At 5.1-11). No capítulo 6, Lucas informa um desarranjo na comunhão
causado pela negligência da comunidade para com suas viúvas gregas. No meio de
tremendo progresso da Igreja, este problema coloca a unidade eclesiástica em
sério perigo. Nesta época, a comunidade cristã consiste em dois grupos: os
judeus gregos (hellenistai, ‘crentes de fala grega’) e os judeus hebreus
(hebreaioi, ‘crentes de fala aramaica’). Os judeus gregos de Atos 6 são crentes
que foram fortemente influenciados pela cultura grega. [...] Os cristãos de
fala aramaica são mais fortes nas tradições religiosas palestinas e mostram
mais restrição em atitude para com a lei judaica e o templo. Sendo mais
agressivos na abordagem, os judeus helenísticos provocavam raiva. Em pelo menos
uma ocasião a pregação agressiva de um crente de fala grega na sinagoga
helenista em Jerusalém termina em apedrejamento. Os judeus helenistas
apresentavam o evangelho com tal zelo que eventualmente os oponentes os
compelem a fugir de Jerusalém para salvar a própria vida (At 8.1-3)”
(Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. RJ: CPAD, 2004, p.657).
“O Descontentamento
Social.Afirma o eminente teólogo da Universidade de Salamanca Lorenzo Turrado:
‘A queixa dos helenistas, a julgar pela iniciativa tomada pelos apóstolos,
parece que tinha sério fundamento’. A situação que se desenhava deixou os
apóstolos mui preocupados. Como israelitas, sabiam eles que a injustiça e a
desigualdade sociais eram intoleráveis aos olhos de Deus (Dt 15.7,11). Não foi
por causa da opressão que o Senhor desterrara a Israel? A palavra de Ezequiel
não tolera dúvidas: ‘O povo da terra tem usado de opressão, e andado roubando e
fazendo violência ao pobre e ao necessitado, e tem oprimido injustamente ao
estrangeiro’ (Ez 22.29). Infelizmente, a questão social continua a ser descurada
por muitos ministros do Evangelho. Acham eles que a desigualdade social é um
problema que cabe apenas ao governo resolver. Mas a Bíblia não ensina assim.
Embora a Igreja de Cristo seja um organismo espiritual e desfrute da cidadania
celeste, ela é vista como uma comunidade administradora de uma justiça que tem
de exceder a do mundo (Mt 5.20). O comentário é de Broadman: ‘Os cristãos têm
infligido quase tantas feridas à comunhão quanto os perseguidores externos,
abrigando em si preconceitos raciais, religiosos e de classe. Esse preconceito
leva à discriminação, e a discriminação destrói a unidade dos crentes. Estas
distinções não deviam ter entrado na Igreja, naquela época, e não devem entrar
hoje’” (ANDRADE, C. Manual do Diácono. 1.ed. RJ: CPAD, 1999, pp.17,18).
As implicações de Atos 6.“Paternalismo. Talvez a primeira lição
que deva ser aprendida é a de que a liderança espiritual da igreja precisa
evitar o paternalismo. A maneira de se desenvolver uma igreja amadurecida não é
impor soluções ‘de cima para baixo’, mas envolver a congregação na solução do
problema, e confiar aos membros um papel significativo na tomada de decisões.
Confiança. Teria sido tão fácil tornar-se defensivo e argumentar
em quem se deveria ou não colocar a culpa. Em lugar disso, a congregação
concentrou-se no problema e os cristãos de fala aramaica demonstraram confiança
em seus irmãos, ao fazer os cristãos de fala grega responsáveis pela
distribuição a todos.
Prioridades. Os líderes espirituais da igreja precisam
concentrar sua atenção ‘na oração e no ministério da palavra‘ (6.4). Mas as
preocupações materiais dos crentes também precisam de atenção. E aqueles que
lidam com as ‘coisas práticas’ precisam ser pessoas ‘cheias de fé e do Espírito
Santo’.
Flexibilidade. Precisamos estar prontos para reagir às
necessidades. Frequentemente, nossas igrejas estão encerradas em antigos
programas ou antigos cargos. Em lugar de procurar com criatividade satisfazer
as necessidades à medida que elas surgem, nós lutamos para manter o mecanismo da
igreja. Este incidente na vida da Igreja Primitiva nos lembra de que as pessoas
são mais importantes do que as constituições de nossa igreja, e que a inovação
não é uma palavra feia” (RICHARDS, L. O. Comentário Histórico Cultural do Novo
Testamento. 1.ed. RJ: CPAD, 2007, pp.263-64).
Quando a Igreja de Cristo é perseguida
eremos que os crentes da Igreja Primitiva enfrentaram forte
oposição por parte das autoridades, todavia, aqueles irmãos não deixaram de
testemunhar e proclamar o evangelho de Cristo. Eles não tinham suas vidas por
preciosas, por isso, não temiam testemunhar de Jesus. Os crentes demonstravam,
por intermédio do testemunho pessoal, o que Jesus havia feito em suas vidas.
Não podemos nos esquecer de que fomos chamados para sermos testemunhas de
Cristo. Muitas são as oportunidades que o Senhor tem nos dado para proclamarmos
sua Palavra. Que não venhamos a ficar intimidados, deixando de testemunhar de
Cristo, mesmo diante das críticas, maus exemplos de alguns ou qualquer tipo de
perseguição. Sigamos de perto a postura dos primeiros crentes.
CONSEQUÊNCIAS DO MARTÍRIO DE ESTÊVÃO
• Jornada evangelística de Filipe
(8.4-40); • A conversão de Saulo (9.1-30);
• A viagem missionária de Pedro (9.32—11.18);
• A fundação da Igreja em Antioquia da Síria
(11.19).
Semeado em Jerusalém, o sangue de Estêvão frutifica a vocação
universal da Igreja de Cristo. O que parecia mais uma seita judaica extrapola
as fronteiras de Israel como Reino para conquistar o império. Nesse processo,
Saulo de Tarso antagoniza um importante papel. Perseguindo, espalha a chama do
evangelho. Mais tarde, já converso e perseguido, leva esta mesma flama até aos
extremos da terra.
O martírio de Estêvão não foi em vão. Mais tarde, testemunharia
Tertuliano (155-222), um dos mais importantes apologetas eclesiásticos: “Quanto
mais nos esmagardes, tanto mais cresceremos, que é semente o sangue dos
cristãos”.
Neste momento, a Igreja de Cristo é perseguida em todo o mundo.
Sim, perseguem-nos não apenas física, mas cultural e institucionalmente. À
semelhança dos cristãos primitivos, quanto mais tentam reprimir-nos localmente,
mais universalmente nos espalhamos.
OS EFEITOS DA MORTE DE
ESTÊVÃO
O teólogo inglês Matthew Henry (1662-1714), um dos maiores
comentaristas das Sagradas Escrituras, escreve mui sábia e apropriadamente:
“Algumas vezes Deus levanta muitos ministros fiéis sobre as cinzas de um
deles”. Haja vista o martírio de Estêvão. Se aos olhos humanos era uma simples
execução, à vista divina aquela morte foi o caminho que conduziu muitos à vida,
inclusive um homem fero e irreconciliável como Saulo de Tarso. Somente a
história haveria de avaliar os efeitos do assassinato daquele justo.
Sobre Paulo. Como ouvir um discurso como o de Estêvão e não
curvar-se às evidências do evangelho? Embora teimasse em não reconhecer a Jesus
como o Messias de Israel, Saulo de Tarso não pôde ficar indiferente às palavras
e ao martírio daquele santo. É o que depreendemos destas palavras do próprio
Senhor: “Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa te é recalcitrar contra
os aguilhões” (At 26.14). Aliás, o mesmo Saulo o confessa: “E, quando o sangue
de Estêvão, tua testemunha, se derramava, também eu estava presente, e
consentia na sua morte, e guardava as vestes dos que o matavam” (At 22.20).
A evangelização de Saulo teve início com o sermão de Estêvão, em
Jerusalém, sendo complementada, em Damasco, por Ananias. Muito em breve o que
localmente perseguira a Igreja, universalmente haveria de expandi-la de Antioquia
a Roma.
Sobre a Igreja. Com os termos da Grande Comissão a ecoar-lhes
nos ouvidos, sabiam os santos apóstolos que a Igreja não poderia
circunscrever-se a Jerusalém (Mt 28.19,20). Mas quando sair à Judeia? Quando
alcançar Samaria? E quando atingir os mais distantes lugares da terra? Estando
ainda estas perguntas por se responder, eis que o martírio de Estêvão precipita
a dispersão da Igreja de Jerusalém.
Ao relatar o evento, escreve Lucas: “Mas os que andavam
dispersos iam por toda parte anunciando a palavra” (At 8.4). Por conseguinte,
quando aqueles piedosos varões puseram-se a sepultar o corpo de Estêvão, não
sabiam eles estarem, na verdade, semeando uma semente que, de imediato,
multiplicar-se-ia dentro e fora dos termos de Jacó. Não foi exatamente isto o
que ensinara o Senhor: “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de
trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito
fruto” (Jo 12.24). Mais tarde, confirmaria o doutíssimo Tertuliano as palavras
do Cristo: “O sangue dos mártires é a semente da Igreja”.
As perseguições à Igreja não ficaram no passado. Este sistema,
que jaz no maligno, tudo faz por sufocar a Noiva do Cordeiro. Está você
preparado a defender a sua fé? Morreria por amor a Cristo? Não podemos fugir a
essa pergunta. Que a nossa confissão seja tão firme quanto à de Jan Hus
(1369-1415), reformador protestante da antiga Boémia: “Com a maior alegria
confirmarei com meu sangue a verdade que tenho escrito e pregado”.
QUANDO A IGREJA É PERSEGUIDA
Quem ainda não leu o excelente livro Torturado por Amor a
Cristo? Escrito pelo pastor romeno Richard Wurmbrand (1909-2001), mostra-nos o
quanto a Igreja de Cristo sofreu nos países comunistas. Atrás da cortina de
ferro, eram os cristãos perseguidos física, cultural e institucionalmente.
Perseguição física. Neste
exato momento, muitos são os missionários, pastores e leigos que, torturados e
até mortos por causa da santíssima fé, fazem boa e ousada confissão ante o
verdugo (1 Tm 6.13). Se pudéssemos ouvir-lhes o clamor! Oremos por nossos
irmãos na China, na Coreia do Norte, em Cuba e nos países muçulmanos. Em cada
uma dessas nações, há uma igreja de Esmirna (Ap 2.8-11). Deixemos, pois, o
conforto de Laodiceia e saíamos a espalhar a boa semente do Evangelho.
Perseguição cultural. Embora vivamos num contexto cultural, não
podemos nos conformar, sob hipótese alguma, com a cultura do presente século
(Rm 12.1,2). Então, como devemos agir? Se, de fato, somos o sal da terra e a
luz do mundo, transformemos a cultura que nos busca envolver através da
proclamação da Palavra de Deus (Mt 5.13).
As manifestações culturais deste mundo apregoam sutil e quase
que, imperceptivelmente, o relativismo moral, a substituição dos valores
bíblicos por uma ética leniente e permissiva e a entronização do homem no lugar
que pertence exclusivamente a Deus. Como não podemos nos conformar com tais
coisas, somos alijados da vida cultural da sociedade. Não agiam assim os gregos
em relação ao Evangelho (1 Co 1.22-24). O que os inquisidores deste mundo não
sabem é que a loucura de Deus é mais sábia do que os homens (1 Co 1.25).
Perseguição institucional. Os interesses do Reino de Deus jamais
se coadunarão com os deste mundo. Por isso, levantam-se alguns potentados,
buscando amordaçar a Igreja de Cristo. Tentam eles, sob o apanágio de um
humanitarismo falso e aparatoso, impedi-la de protestar, por exemplo, contra o
homossexualismo. Outros buscam descriminalizar práticas como o aborto e o uso
de drogas. E outros ainda afadigam-se em varrer das escolas qualquer vestígio
do criacionismo bíblico.
Diante de todos esses ataques institucionais, lembremo-nos da
exortação do pastor batista norte-americano, William S. Plumer (1759-1850).
Alerta-nos ele: “Perseguição não é novidade... a ofensa da cruz jamais
cessará”.
COMO ENFRENTAR A
PERSEGUIÇÃO
Assim devemos, portanto, enfrentar a perseguição:
Evangelizando e fazendo
missões. Se bem atentarmos, constataremos: a Igreja só começou a evangelizar e
a fazer missões depois da perseguição que lhe moveram as autoridades judaicas
após a morte de Estêvão (At 8.4,5; 13.1-3). O que estamos esperando? É hora de
atravessarmos as fronteiras com o Evangelho de Cristo.
Apresentando uma apologia de nossa fé. Contra a perseguição
cultural e institucional, a recomendação de Pedro é clara e urgente: “Antes,
santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados
para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” (1
Pe 3.15 — ARA).
Conservando nossa
identidade como povo de Deus. Somos perseguidos, porque somos um povo especial,
zeloso e de boas obras (Tt 2.14). Enfim, representamos tudo o que o mundo
odeia. Nós, luz; eles, ainda em trevas. Porfiemos por uma vida santa e justa.
O Diabo tudo fez por matar a Igreja em seu nascedouro. O que ele
não sabia, ou fingiu esquecer, é que as portas do inferno jamais prevalecerão
contra a Igreja de Cristo. O Diabo não pôde emudecer a Filipe nem a Paulo. Como
diria o teólogo A. W. Tozer (1897-1963): “O fogo de Deus não pode ser apagado
pelas águas da perseguição dos homens”.
“Os escritos de Basílio
sobre a perseguição de Deoclécio dão uma ideia geral do que foram as crueldades
e os horrores daqueles dias: ‘As casas dos cristãos eram deixadas em ruínas;
seus bens, pilhados. Seus corpos caíam nas mãos dos ferozes lictores, que os
dilaceravam como bestas selvagens, e arrastavam as matronas pelos cabelos
através das ruas, insensíveis às súplicas por clemência, viessem elas dos
idosos ou daqueles de tenra idade. Os inocentes eram submetidos a tormentos
reservados apenas aos mais vis criminosos; os calabouços eram lotados com
habitantes dos lares cristãos, que agora jaziam desolados; os desertos sem
caminhos e as cavernas das florestas enchiam-se de fugitivos, cujo único crime
fora a adoração a Jesus Cristo’” (REILLY, A. J. Os Mártires do Coliseu. 1.ed.
RJ: CPAD, 2005, p.38).
A conversão de Paulo
As autoridades religiosas de Jerusalém outorgaram a Saulo cartas
que lhe garantiam o direito de prender os cristãos. Todavia, no caminho de
Damasco, Saulo teve um encontro memorável com Jesus. Este encontro mudou
radicalmente sua vida. Diante do Rei dos reis, Saulo, o perseguidor de cristão,
se prostra. Um dia, todos terão que se curvar diante de Jesus. As convicções
religiosas de Saulo também são lançadas ao chão naquele momento. Embora cego,
Saulo sai daquele encontro transformado e “enxergando” a realidade! Esse novo
homem ficou três dias sem comer ou beber nada, certamente pensando em tudo que
lhe aconteceu. Mais tarde Paulo aprendeu o que é padecer pelo Senhor. Por
intermédio desse “vaso escolhido” a igreja tornou-se basicamente gentia.
RESUMO DA VIDA DE PAULO
• Nascido em Tarso, Capital da Cilícia (22.3);
• Fariseu (23.6);
• Cidadão romano (22.25-28);
• Fazedor de tendas (18.3);
• Aluno de Gamaliel (22.3);
• Guardava a Lei (26.5);
• Um encontro com Jesus mudou sua vida (9);
• Foi batizado (9.18);
• Suas últimas palavras (2 Tm 4.6-8).
Paulo é considerado, depois de Jesus, o personagem mais
importante da historia da Igreja Cristã (At 24.5). Ele escreveu quase a metade
dos livros do Novo Testamento e foi responsável direto pela evangelização dos
gentios. Dezessete dos vinte e oito capítulos de Atos dos Apóstolos são
dedicados à conversão e ao ministério do apóstolo dos gentios (At 9;
13-28).Sabemos mais a respeito de Pauto do que dos demais apóstolos.
Aprendamos, pois, com a vida e a obra de Paulo!
SAULO DE TARSO
Na comunidade judaica, Paulo era conhecido por um nome bem
hebreu: Saulo (At 9.1,4,11). Ele provinha de uma família benjamita que, apesar
de viver na Diáspora, era mui fiel à tradição (Fp 3.5). Tendo em vista sua
formação cultural e religiosa; mostrou-se mais do que hábil para atuar como o
apóstolo dos gentios.
A formação cultural de Paulo. Instruído aos pés de Gamaliel (At
22.3), Saulo pertencia ao partido religioso mais conceituado do Judaísmo — os
fariseus (At 26.5; Fp 3.5). Ele conhecia profunda e intimamente o Antigo
Testamento (Rm 1.17; 3.4,5,10-18; 9.6-33), as tradições de seu povo (At 26.24:
28.17,18; Gl 1.13-14) e a língua hebraica (At 22.1,2). Era tão bem versado no
meio religioso de Israel que, dos principais sacerdotes, recebera autorização
para perseguir os discípulos de Cristo (At 26.10).
As evidências indicam que Paulo cursou a universidade de Tarso.
Haja vista o seu domínio do idioma grego e dos autores clássicos, dos quais
cita pelo menos dois: Aratos e Epimênides (At 17.28; Tt 1.12). Cidadão romano,
falava também mui provavelmente o latim.
Paulo, cidadão romano.
Natural de Tarso, na Cilícia (At 9.11; 21.39; Gl 1.21), Paulo tornara-se, por
nascimento, cidadão de Roma, pois a cidade era província romana (At 22.25-29).
Naquele tempo, a nacionalidade romana era adquirida de três maneiras: por
direito de nascença, por concessão imperial e por aquisição pecuniária (At
22.28; 23.27; 24.7,22).
Embora conhecesse muito bem os seus direitos como romano (At
22.25-29; 25.10-12,21,27), era-lhe a cidadania celeste (Ef 2.19; Fp 3.20) mais
importante do que os privilégios concedidos pelos homens. Esta é a razão pela
qual renunciou a todas as regalias terrenas para assumir a cruz de Cristo (Fp
3.7-9). Como tem agido você como cidadão do céu?
A CONVERSÃO DE PAULO
A conversão de Paulo está narrada em três capítulos de Atos dos
Apóstolos (9.3-18; 22.6-21 e 26.12-18). Vejamos os relatos segundo o
desenvolvimento cronológico dos fatos.
O Encontro com Jesus.
Saulo solicita autorização aos principais sacerdotes, afim de perseguir os
discípulos de Cristo que se achavam em Damasco (At 9.1-2; 22.5; 26.10-11). Já
próximo da cidade, ele e seus companheiros são envolvidos subitamente por uma
luz do céu, muito mais forte que o sol (At 9.3; 22.6; 26.13). E todos caem por
terra (At 9.4; 22.7; 26.14). Em língua hebraica, Jesus deu-se-Ihe a conhecer
(At 26.14,15).
Os que o acompanhavam não viram a ninguém. Aturdidos, ouviram,
sim, a voz, mas não entenderam a mensagem (At 9.7; 22.9; cf. Jo 12.28-30).
Paulo, então, é confrontado por Jesus Cristo (At 9.5; 22.7; 26.14,15) e por
este é comissionado a levar o evangelho tanto aos filhos de Israel como aos gentios
(At 26.16-18). Em seguida, o Senhor orienta-o a seguir viagem até Damasco, onde
receberia novas instruções (At 9.6; 22.10).
Erguendo-se, Saulo nada enxerga. Conduzido por seus auxiliares
até Damasco, na cidade permanece durante três dias sem nada ver, sem nada comer
e sem nada beber (At 9.8,9; 22.11).
Ananias visita a Paulo. Enquanto isso, o Senhor em visão aparece
a Ananias, homem piedoso e justo que morava em Damasco, e ordena-lhe que vá à
casa de Judas, que ficava na rua Direita, e pergunte “por um homem de Tarso
chamado Saulo”. Naquele instante, este orava e via numa visão a Ananias que,
entrando em seus aposentos, impunha-lhe as mãos para que voltasse a enxergar
(At 9.10-12; 22.12).
Ananias, então, retruca. Sabe ele qual o propósito de Paulo na
cidade (At 9.13-14). O Senhor, porém, afiança-lhe que o perseguidor será
doravante um vaso escolhido para tornar o evangelho conhecido em todo o mundo
(At 9.15-16; 26.16-18). Imediatamente Ananias vai ao encontro de Saulo e,
impondo-lhe as mãos, confirma a comissão que ele recebera do Senhor,
recobra-lhe a visão e batiza-o (At 9.17-18; 22.13-16).
Saulo, de perseguidor a perseguido. Já refeito, Saulo busca
congregar-se com os irmãos em Damasco (At 9.19). Apesar dos temores iniciais,
os discípulos acabam por estender-lhe a destra de comunhão. Em ato contínuo,
põe-se ele a testemunhar de Cristo a todos nas sinagogas da cidade (At 9.20).
Os judeus perturbam-se com a sua conversão (At 9.21-22). E intentam tirar-lhe a
vida (At 9.23). Tal plano chega ao conhecimento de Saulo (At 9.23-24). Para o
livrarem da cilada, os irmãos descem-no de noite num cesto pelo muro (At 9.25).
E ele segue em direção a Jerusalém (At 9.26; 22.17).
PROPÓSITOS DA VOCAÇÃO DE PAULO
Os objetivos de Cristo ao confrontar Saulo na estrada de Damasco
são desenvolvidos nas três narrativas de sua conversão de Atos dos Apóstolos
(9.3-18; 22.6-21; 26.12-18).
Conhecer a vontade de
Deus. Saulo teria de conhecer realmente a vontade de Deus concernente a Israel,
a Igreja e ao mundo (At 22.14,15). Mais tarde, em sua Epístola aos Efésios,
revela a sua compreensão concernente à Igreja de Deus, formada não por uma
nação, mas constituída igualmente por judeus e gentios. Tudo isso revelou-lhe o
próprio Senhor. Tem você procurado saber a vontade divina para a sua vida?
Tornar-se ministro e
testemunha de Jesus. Consciente de sua vocação, põe-se Paulo a testemunhar de
Cristo não somente diante dos gentios, mas também perante Israel. Faz ele
apologia do evangelho ante os reis e filósofos. É um verdadeiro campeão de Deus
(At 9.15; 22.15,21; 26.16-18). Como está o seu testemunho cristão? Acha-se
preparado para defender a sua fé?
Sofrer a favor de Cristo e do evangelho. Em virtude de sua
audácia, muito sofre por amor a Cristo (Gl 6.17). O que dantes perseguira a
Igreja de Cristo, vê-se de repente perseguido por causa deste mesmo nome. No
capítulo 11 de sua Segunda Epístola aos Coríntios, discorre ele acerca das
muitas perseguições por ele sofridas, quer por parte de seus patrícios, quer
por parte dos gentios. Mesmo perseguido, o evangelho foi poderosamente
anunciado através de suas
A conversão e vocação de Paulo ensinam-nos que Deus chama e
capacita a quem ele quer para ministérios específicos. Ele transforma o mais
terrível dos homens num “vaso escolhido”, a fim de que proclame o seu Evangelho
até aos confins da terra.Você foi chamado para anunciar a mensagem da cruz?
Obedeça, já. É o tempo de segar.
A conversão de Saulo.“Saulo (posteriormente chamado de Paulo, o
equivalente grego do nome ‘Saulo’), que é mencionado pela primeira vez como
tendo participado do apedrejamento de Estêvão era tão zeloso das suas crenças
religiosas que iniciou uma campanha de perseguição contra todos os que
acreditavam em Cristo, todos que eram do ‘Caminho’ (versão RA) (veja o
testemunho de Paulo em Filipenses 3.6). A expressão ‘o Caminho’ se referia ao
‘caminho do Senhor’ ou ‘o caminho da salvação’. Por que os judeus em Jerusalém
queriam perseguir os cristãos a uma distância tão grande como Damasco? Há
várias possibilidades: (1) para prender os cristãos que tinham fugido; (2) para
evitar a chegada do cristianismo a outras cidades importantes; e (3) para
impedir que os cristãos causassem qualquer problema com Roma. [...] Damasco
[era] uma cidade comercial importante, estava situada cerca de 280 quilômetros
a nordeste de Jerusalém, na província romana da Síria. [...] Saulo pode ter
pensado que ao eliminar o cristianismo em Damasco, ele poderia impedir a sua
disseminação a outras regiões. Já próximo do seu destino, quase ao meio-dia,
quando o sol estava a pino [...], Saulo repentinamente se encontrou cercado por
um resplendor de luz. Embora o texto não afirme abertamente que Saulo viu a
Cristo, este fato fica implícito, uma vez que ver o Senhor ressuscitado era um
requisito para o apostolado do Novo Testamento (1 Co 9.1; 15.8)” (Comentário do
Novo Testamento Aplicação Pessoal. Vol.1. 1.ed. RJ: CPAD, 2009, pp.662-63).
O Evangelho
propaga-se entre os gentios
Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34). Criador de tudo
quanto existe, a todos preserva pela sua bondade e justiça (At 17.25-28). Ele
ama a todos indistintamente e deseja a salvação de toda a humanidade (Jo 3.16)
através de Jesus Cristo (Mt 1.21; At 4.12). Esta é a mensagem que os apóstolos
de Nosso Senhor proclamaram aos gentios. No Filho, todos somos amados pelo Pai,
sem quaisquer distinções. Está você também disposto a anunciar o evangelho até
aos confins da terra? Há muita terra ainda a ser conquistada.
OS GENTIOS NO ANTIGO
TESTAMENTO
Toda a humanidade descende de um único casal a quem Deus formara
segundo a sua imagem e semelhança (Gn 1.27; 5.2). Embora criado santo, justo e
bom para a glória do Senhor (Gn 5.1; Sl 115.1), o homem desobedeceu-lhe as
ordens e veio a conhecer experimentalmente o pecado. Com a sua apostasia, fez
com que a maldade tomasse conta do mundo (Gn 4.8,23). A Deus, então, não restou
outra alternativa senão destruir a primeira civilização através de um dilúvio
universal (Gn 6-9).
Um novo começo com Noé.
Apenas Noé e a sua família salvaram-se daquele cataclismo. Por intermédio dos
filhos do piedoso e santo patriarca: Jafé (Gn 10.2-5), Cam (Gn 10.6-20) e Sem
(Gn 10.21-31), vieram a formarem-se as nações com as suas respectivas
geografias (Gn 10 - 11). Infelizmente, a humanidade porfiou em desobedecer a
Deus (Gn 11.1-9). Em meio a essa desolação espiritual e moral, Deus santifica
um descendente de Sem, Abraão, para que dele uma nova nação fosse formada (Gn
12.1-3). Em Abraão, fomos todos abençoados.
A exclusividade dos descendentes de Abraão (Gn 15.5,6). Ao
chamar Abraão, o Senhor dá início à história de Israel (Gn 12.1-3). Seu
propósito à nação judaica (Gn 18.18; 22.18) era torná-la uma propriedade
peculiar, um reino sacerdotal e um povo santo (Êx 19.5,6). Ele a constituiu
para que esta lhe fosse uma possessão distinta e particular (Is 44.1-2), a fim
de que, por seu intermédio, alcançasse os gentios.
A partir de então, todas as demais etnias passaram a ser
conhecidas como gôyim — gentios (Gn 15.18-21). Isso não significa, porém, que
Deus não ame as demais nações. Ele as ama, sim! E de tal maneira amou-as, que
deu o seu Único Filho, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha
a vida eterna. Além do mais, em Abraão foram benditas todas as nações da terra
(Gn 12.3).
OS GENTIOS EM O NOVO
TESTAMENTO
O Novo Testamento faz questão de realçar o amor de Deus não
somente por Israel, mas por todos os povos. João 3.16 deixa isso bem claro. Não
resta dúvida: a salvação vem dos judeus, mas não se restringe aos judeus, mas
através dos judeus deve alcançar a todos os não-judeus.
Nos Evangelhos. Nos evangelhos há várias referências aos gentios
(Mt 6.7,32: Mc 10.33; Lc 12.30; 18.32). Descritos às vezes com certa reserva
(Mt 20.19; Mc 10.33), são eles vistos como a grande seara a ser alcançada pelos
apóstolos que, no cumprimento da Grande Comissão, deixariam Jerusalém e a
Judeia para evangelizar e ensinar todas as nações (Mt 28.18-20). Aliás, Isaías
já destacava a missão do Cristo entre os gentios (Is 42.1-4). Durante o seu
ministério terreno, o Senhor Jesus agraciou alguns destes como a mulher
cananeia (Mt 15.21-28) e o centurião (Lc 7.1-10).
Nos Atos dos Apóstolos. Embora Atos 1.8 estabeleça a
obrigatoriedade da missão entre os gentios, somente no capítulo 9 e versículo
15, após a conversão de Paulo, é que se declara aberta e enfaticamente a
evangelização das nações (ver At 13.44-47). A resistência inicial dos apóstolos
em discipulá-Ios (At 10.9-16) é vencida quando Cornélio, sua família e demais
assistentes, recebem o batismo com o Espírito Santo (At 10.44-48). O fato
trouxe perplexidade no colégio apostólico (At 11.1-3,18), mas após a apologia
de Pedro (At 11.4-17 ver 15.7-11), a Igreja glorificou a Deus pelo fato de os
gentios serem também objeto do amor de Deus (At 10.45).
Missão e Salvação entre
os Gentios. Se Pedro, com o evangelho da circuncisão, é proeminente nos
capítulos de 1 a 12 de Atos, nos capítulos de 13 a 28, destaca-se Paulo com o
evangelho da incircuncisão (Gl 1.7). O primeiro diz respeito aos judeus, o
segundo aos gentios (At 13.44-47). Trata-se, porém, de um só evangelho — o
evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Paulo estava consciente de que fora chamado por Deus para
anunciar o evangelho aos gentios (At 9.15), sem os entraves da lei (At
15.19,28,29; Rm 4.9-16). Em suas viagens missionárias, não foram poucos os
gentios que se converteram ao Senhor (At 11.1,18) e de bom grado ouviram a
exposição da graça divina (At 13.42).
Você se preocupa com a evangelização transcultural? Se você não
foi chamado ao campo, coopere financeiramente com a Obra Missionária e ore
pelos que se acham além-fronteira falando do amor de Deus. A responsabilidade
pelo “Ide” também é sua.
JUDEUS E GENTIOS UNIDOS
POR DEUS MEDIANTE A CRUZ
A Igreja de Deus. Ao
defender a difusão do Evangelho entre as nações, afirmou Pedro: “[...] Deus
visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome” (At 15.14). Esse
povo é a Igreja formada por judeus e gentios em Cristo (Rm 9.24-33). De ambos,
fez Ele um só povo, derribando a parede de separação que estava no meio, e, pela
cruz, reconciliou ambos com Deus em um corpo (Ef 2.14-16).
Dessa maneira, o Espírito Santo revela a Paulo (Ef 3.4,5) que os
gentios não são mais estrangeiros (gôyim) e nem forasteiros, mas concidadãos
dos Santos, da família de Deus (Ef 2.11-22; 1 Pe 2.5), co-herdeiros e
participantes da promessa em Cristo pelo evangelho (Ef 3.6).
Expansão da Igreja entre os gentios. Através de suas viagens
missionárias, Paulo propagou o evangelho entre os povos e culturas conhecidos
naqueles dias (Rm 15.19,20). Em várias regiões, estabeleceu ele igrejas
constituídas notadamente por gentios (Rm 16.4).
A evangelização dos povos é o maior desafio da igreja moderna. A
responsabilidade é nossa. O Senhor confiou-nos a Grande Comissão para que, sem
remissões, alcancemos os confins da terra. Ele deseja que todos os gentios
sejam salvos. Você sabia que muitos povos ainda não ouviram falar de Jesus?
Como responderá você a esse grande desafio? Se o Senhor o chama à Obra
Missionária, responda prontamente: “Eis-me aqui, Senhor. Envia-me a mim”.
“Israel e a Igreja.Nos
capítulos iniciais de Atos dos Apóstolos, a recepção judaica à mensagem do
evangelho foi poderosa e inquietou os líderes judaicos. Mas, depois, iniciou-se
a reação e a perseguição judaicas para que a Igreja se dispersasse. Em alguns
locais, a mensagem foi tirada da sinagoga e oferecida diretamente aos gentios
que responderam de forma favorável (At 13.46; 18.6; 28.28). Esse padrão híbrido
de recepção judaica, perseguição e busca dos gentios foi comum, em especial, no
ministério de Paulo. Os apóstolos iniciaram na sinagoga, pois criam que a
mensagem de Cristo era também para os de Israel. As igrejas locais
desenvolveram-se por necessidade de sobreviver em face da rejeição. Essas
realidades fizeram com que Lucas, em Atos dos Apóstolos, falasse de forma
reiterada sobre os mensageiros da Igreja ‘se voltarem para os gentios’ e
‘advertirem Israel’. Esses temas, com frequência, aparecem lado a lado e
dominam o último terço do livro de Atos dos Apóstolos. Eles mostram que a
Igreja não era Israel e que essa distinção tornou-se uma realidade do ponto de
vista histórico” (ZUCK, R. B., et al. Teologia do Novo Testamento. 1.ed. RJ:
CPAD, 2008, pp. 160-61).
“A inclusão dos Gentios
na Única e Nova Humanidade em Cristo (Ef 2.13-18).Paulo continua a descrever
como a obra da redenção torna as pessoas um só povo em Cristo. O verso 13
começa com duas frases importantes: ‘Mas, agora’ que aparece em contraste com
‘antes’ (v.11) e ‘naquele tempo’ (v.12); e ‘em Cristo Jesus’, que aparece em
contraste com ‘sem Cristo’ (v.12). Essas duas expressões enfatizam como a
situação dos gentios seria drasticamente modificada, de estarem ‘longe’ para
chegarem ‘perto’. Essa nova aproximação de Deus é tanto ‘em Cristo Jesus’ como
‘pelo sangue de Cristo’. Essa última se refere ao evento histórico da morte de
Jesus na cruz; e a primeira está relacionada à conversão dos infiéis e sua
presente união com Cristo. Os cinco versos seguintes explicam o que foi
alcançado pela morte redentora de Cristo na cruz.
Os versos 14-18 revelam o âmago da mensagem de reconciliação de
Paulo, e como Deus deu início ao ser eterno plano de reconciliação cósmica
(embora não universal) (1.10). A palavra principal nessa passagem é paz, e ela
aparece quatro vezes (vv.14,15, e duas vezes no verso 17).
O verso 14 começa com uma declaração enfática: ‘Porque ele
[Cristo] é a nossa paz’. Cristo, e somente Cristo, nos deu a solução para esse
problema que infesta a raça humana, isto é, a separação de Deus e de outras
pessoas. Ele é a Reconciliação do povo com Deus e a Reconciliação das pessoas,
umas com as outras. Assim, o evangelho torna-se uma mensagem de reconciliação
(2 Co 5.17-21). Por causa de seu sangue redentor (2.14), nesse ponto de Efésios
Paulo anuncia, em dois sentidos, o próprio Cristo Jesus como sendo a ‘nossa
paz’:
Como pecadores, Ele nos
reconcilia com Deus pela cruz (v.16) e
Reconcilia grupos
mutuamente hostis entre si (tais como judeus e gentios) e ‘de ambos os povos
faz um’ (v.14b; também vv.15-18).
A reconciliação é o tema central desta passagem. Nada, a não ser
o evangelho, poderá nos oferecer, genuinamente, a paz com Deus (Rm 5.1), ‘e
nada, a não ser o evangelho, poderá remover as barreiras que dividem a
humanidade em grupos hostis em sua própria época’ (Bruce, 1961, 54). A paz
entre judeus e gentios exigia a destruição da ‘parede de separação que estava
no meio’ (v.14c). Nenhuma distinção de cor, conflito étnico, separação por
classes ou divisão política era mais absoluta que a barreira entre judeus e
gentios no primeiro século d.C. Bruce acrescenta: ‘O maior triunfo do evangelho
na era apostólica foi que ele venceu essa antiga e longa desavença e permitiu
que judeus e gentios se tornassem verdadeiramente um único povo em Cristo’”
(Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. RJ: CPAD, 2004,
pp.1219-20).
O primeiro
Concílio da Igreja de Cristo
A igreja de Jerusalém corria o risco de se transformar num
movimento religioso como outro qualquer da Judeia. Se não fosse a sábia decisão
dos Apóstolos, dos líderes e da comunidade palestínica, a Igreja de Cristo
estaria fadada a um fortuito fracasso já em seus primórdios. Porém, o Espírito
Santo conduziu o Concílio de Jerusalém, abalizando-o por uma sábia decisão:
“Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além
destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos,
bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais
ilícitas; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Saúde” (At 15.28,28 —
ARA).
O CONCÍLIO DE JERUSALÉM
Contexto.A conversão dos gentios; a tensão entre judeus e
gentios; a insistência dos crentes judaizantes tradicionalistas para que os
gentios adotassem o estilo de vida judaico; o combate violento de Paulo contra
o evangelho judaizante; a necessidade de uma resolução que legislasse sobre o
tema.
A questão levantada.Para os gentios serem salvos, era necessário
se tornar um judeu? Atualmente, é necessário alguma outra coisa, fora de
confessar a Cristo, para ser salvo?
O debate.De um lado os fariseus cristãos apoiavam a visão dos
judaizantes; do outro, Paulo e Barnabé enfatizavam que Cornélio e sua família
foram aceitos por Deus como gentios.Em harmonia com as Escrituras, a
contribuição do apóstolo Tiago foi preponderante para a resolução apostólica em
conjunto com a igreja: 1) não se devia pedir aos gentios que adotassem a
“cultura” judaica, pois isto “perturbaria” (15.19) a liberdade em Cristo; 2) As
recomendações estabelecidas foram: não comer carne sacrificada a ídolos; não
ingerir sangue e não comer carne sufocada; não praticar relação sexual ilícita.
Estas resoluções deixam patentes a verdadeira liberdade que há em Cristo Jesus
e o verdadeiro princípio de respeito à vida que Deus exige de nós!
Sob as instâncias de Paulo e Barnabé, os apóstolos convocam o
Concílio de Jerusalém, para tratar de uma questão que vinha perturbando os
crentes gentios: Deveriam estes também observar os costumes e ritos judaicos?
Isto porque, “alguns que tinham descido da Judeia ensinavam assim os irmãos: Se
vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos” (At
15.1).
As decisões desse concílio, realizado no ano 48, foram mais do
que vitais à expansão do Cristianismo até aos confins da terra.
O QUE É UM CONCÍLIO
Definição. Originária do
vocábulo latino concilium, a palavra concílio significa conselho, assembleia. O
concílio, por conseguinte, é uma reunião de representantes da Igreja, cujo
objetivo é deliberar acerca da fé, doutrina, costumes e disciplina eclesiástica.
Os concílios no Antigo
Testamento. O primeiro concílio da velha aliança deu-se quando Moisés congregou
os anciãos de Israel para declarar-lhes o plano de Deus para libertar os
hebreus do Egito (Êx 4.29). A partir daí, muitos foram os concílios convocados
quer pelos reis, quer pelos profetas, para tratar das urgências nacionais e das
crises que surgiram ao longo da história de Israel no Antigo Testamento (2 Cr
34.29: Ed 10.14; Ez 8.1).
Os concílios em o Novo
Testamento. Os apóstolos reuniram-se em três ocasiões distintas, para decidir
sobre pendências na comunidade cristã. A primeira vez para eleger Matias em
lugar de Judas Iscariotes e aguardar a chegada do Consolador; a segunda para
instituir o diaconato; e a terceira, para discutir as imposições que os
judaizantes buscavam impor sobre os cristãos gentios (At 1.12-26; 6.1-15;
15.6-30).
A IMPORTÂNCIA DO CONCÍLIO
DE JERUSALÉM
A terceira reunião dos apóstolos, que viria a ser conhecida como
o Concílio de Jerusalém, foi tão importante e vital à Igreja de Cristo que dela
dependia o futuro do Cristianismo. Se os apóstolos houvessem cedido à pressão
dos judaizantes, a religião do Nazareno extinguir-se-ia em mera seita judaica.
Mas os dirigentes da Igreja, instrumentalizados pelo Espírito Santo, houveram-se
com sabedoria e firmeza, possibilitando que o Reino de Deus, transcendendo as
fronteiras de Israel, se universalizasse até aos confins da terra.
O Concílio de Jerusalém foi modelar desde a convocação até as
suas derradeiras decisões.
Convocação. O Concílio de
Jerusalém foi convocado pelos apóstolos sob as instâncias de Paulo e Barnabé.
Enviados pelas igrejas de Antioquia, Síria e Cilícia, requeriam eles fosse
tomada uma resolução urgente quanto a este problema: deveriam os gentios
observar também os costumes e ritos judaicos, incluindo a circuncisão?
Presidência. Sendo a
figura de Pedro preponderante entre os santos da circuncisão, conclui-se tenha
ele presidido o Concílio de Jerusalém. Em todos aqueles acalorados debates, o
apóstolo agiu com sabedoria, moderação. Tudo fez por preservar a unidade da
Igreja no Espírito Santo.
Debates. As discussões
são acaloradas. Extremados na defesa do farisaísmo, exigiam os judaizantes: “É
necessário circuncidá-los e determinar-lhes que observem a lei de Moisés” (At
15.5 — ARA).
Em seguida, Pedro levanta-se e põe-se a historiar como os
gentios, por seu intermédio, vieram a converter-se a Cristo. Para calar a boca
aos adversários, indaga o apóstolo: “Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo
sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais puderam suportar, nem
nós? Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também
aqueles o foram” (At 15.10,11 — ARA).
Depois da exposição de Pedro, os também apóstolos Paulo e
Barnabé tomam a palavra. Faz Lucas esta observação: “Então toda a multidão
silenciou, passando a ouvir a Barnabé e a Paulo, que contavam quantos sinais e
prodígios Deus fizera por meio deles entre os gentios” (At 15.12 — ARA).
O pronunciamento decisivo
de Tiago. Apesar de sua reputação conservadora, sai Tiago irmão do Senhor, em
defesa dos santos gentios e da universalidade da igreja de Cristo: “Pelo que,
julgo eu, não devemos perturbar aqueles que, dentre os gentios, se convertem a
Deus, mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como
das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue” (At
15.19,20 — ARA).
A CARTA DE JERUSALÉM.Encerrados os debates, decidem os apóstolos
enviar uma encíclica às igrejas de Antioquia, Síria e Cilícia, por intermédio
de Paulo, Barnabé, Judas e Silas, expondo as resoluções tomadas no Concílio de
Jerusalém (At 15.27-30). Resoluções estas, aliás, que se fizeram universais
tanto em relação ao tempo quanto ao espaço; tornaram-se contemporâneas dos
cristãos de todas as eras. Em resumo, o documento trata dos seguintes temas:
Da salvação pela graça. Deixam os apóstolos bem patente o seu
apoio ao evangelho que Paulo proclamava aos gentios: a salvação pela graça (At
15.11).
Da comida sacrificada aos
ídolos. A carta circular dos apóstolos é bem clara: “Que vos abstenhais das
coisas sacrificadas aos ídolos” (At 15.29). Terá essa recomendação alguma
serventia para nós hoje? Além das festas juninas e dos doces distribuídos no
dia de Cosme e Damião, há muitos banquetes consagrados aos deuses das riquezas,
às divindades do poder corrupto e corruptor, e aos demônios da permissividade
moral e do relativismo ético. Outrossim, cuidado com os restaurantes que, logo
na entrada, expõem a sua divindade como se fora um mero folclore. Não é
folclore; é demônio mesmo.
Da ingestão de sangue e de carne sufocada. Parece uma
recomendação banal? Nada na Bíblia pode ser banalizado. Ouçamos e obedeçamos à
encíclica apostólica: “Que vos abstenhais [...] do sangue, da carne de animais
sufocados” (At 15.29 — ARA). Receitas culinárias que empregam o sangue como um
de seus ingredientes contrariam as leis divinas. Leia Gênesis 9.4.
Das relações sexuais ilícitas. Num século tão promíscuo e
leniente como este, a recomendação dos santos apóstolos não haverá de ser
esquecida: “[...] que vos abstenhais das relações sexuais ilícitas” (At 15.29).
O que é uma relação sexual lícita? É a praticada no âmbito do casamento entre
um homem e uma mulher. Logo, o sexo antes e fora do casamento é ilícito e
pecaminoso (Êx 20.14; Ap 22.15). Pecado também é o homossexualismo tanto
masculino quanto feminino (Lv 18.22; Rm 1.26-27; 1 Co 6.9).
A voz dos apóstolos não pode ser calada pela “lei da
mordaça”.Que o exemplo dos santos apóstolos mova a Igreja de Cristo a livrar-se
de toda briga local, a fim de mostrar a sua vocação universal e eterna. O mesmo
Espírito que dirigiu o Concílio de Jerusalém faz-se presente no meio de seu
povo, inspirando os ministros do Evangelho a tomarem decisões de conformidade
com a Bíblia Sagrada. Interessante, o concílio convocado para combater o
legalismo judaizante tornou a Igreja de Cristo mais santa e pura.
“A decisão do Espírito Santo.‘Na verdade pareceu bem ao Espírito
Santo, e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias:
que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne
sufocada, e da fornicação [relações sexuais ilícitas — ARA]; das quais coisas
fazeis bem se vos guardares’ (At 15.28,29). A expressão ‘pareceu bem ao
Espírito Santo’ significa: O Espírito Santo, na sua atuação entre os gentios já
testemunhara que estes foram libertos do jugo da Lei mosaica (At 10.44-48). O
Espírito Santo, cuja orientação foi prometida aos apóstolos e outros líderes [e
à Igreja], já testemunhara ao coração deles que os gentios deviam ser livres do
fardo (Mt 18.20; Jo 16.13). [Ou seja] Os gentios foram isentos da obrigação de
observar os costumes judaicos. [...] Estes convertidos já possuíam a vida e a
liberdade espiritual. Por que enterrar esta vida com formulários mortos?”
(PEARLMAN, M.Atos. E a Igreja se fez Missões. 1.ed. RJ: CPAD, 1995, pp.
169-70).
As viagens missionárias de Paulo
A Igreja Primitiva
cumpriu a Grande Comissão enviando Paulo e Barnabé para a obra que o Senhor os
chamara. Assim, Paulo alcançou as nações de sua época. Nós, como Igreja do
Senhor, também devemos fazer a nossa parte, pois ainda existem muitas nações e
povos que precisam ser alcançados com o Evangelho de Cristo. Atualmente na
“Janela 10x40” existem milhares de pessoas que se encontram em trevas
espirituais. Como elas ouvirão o Evangelho se não há quem pregue? (Rm 10.14). E
como pregarão, se a Igreja do Senhor não enviar e sustentar os missionários?
(Rm 10.15). Ouçamos a voz do Espírito Santo, pois Ele continua a falar à sua
Igreja: “Separai meus servos para a obra que os tenho chamado”.
A Igreja Primitiva evangelizou o mundo gentio em aproximadamente
trinta anos. O imperativo missionário de Atos 1.8 era, e sempre será, uma
demanda que não admite contestação ou indolência. Movidos pelo Espírito Santo,
os discípulos saíram a evangelizar e a discipular a todos os povos. Nenhuma
nação deixou de ser contemplada.
A PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA (At 13 — 14)
De Antioquia a Chipre (At
13.1-12). A primeira viagem missionária de Paulo ocorre logo após ter sido ele
comissionado pelo Espírito Santo (vv.2,3). Orientado pelo mesmo Espírito, o
apóstolo, juntamente com Barnabé, embarca em Selêucia, porto marítimo de
Antioquia, em direção à Ásia Menor (v.4). Com isto, Lucas demonstra ser o
Espírito de Cristo o verdadeiro protagonista de Atos dos Apóstolos (v.9).
Já em Chipre, cidade natal de Barnabé (At 4.36), desembarcam em
Salamina, onde havia uma considerável população judaica. Ali anunciam a Palavra
do Senhor à sinagoga local. Depois, viajando em direção à ilha de Pafos,
proclamam o Evangelho de Cristo às suas aldeias e povoados.
De Chipre a Antioquia da Pisídia (At 13.13-52). De Pafos,
subindo o rio Cestro, Paulo chega a Perge, região da Panfília, cuja população
era devota de Diana (Ártemis). Após uma viagem de 160 quilômetros, o apóstolo
chega a Antioquia da Pisídia, onde havia uma grande comunidade judaica e um
posto militar romano.
Na sinagoga local, Paulo proclama o evangelho aos judeus da
Diáspora, conduzindo muitos à conversão. Não poucos prosélitos também aderem à
fé. No sábado seguinte, uma grande multidão congrega-se, a fim de ouvir a
Palavra de Deus. Os judeus incrédulos, porém, saem a blasfemar e a incitar a
cidade contra o apóstolo.
De Icônio ao regresso a Antioquia (At 14.1-28). Localizada no
entroncamento de Éfeso, Tarso e Antioquia, era Icônio uma cidade mui
estratégica à difusão do evangelho. Como de costume, Paulo põe-se a evangelizar
os judeus da dispersão. Muitos crêem. Outros, porfiando em sua incredulidade,
incitam as gentes contra os apóstolos.
Temendo por suas vidas, Paulo e Barnabé deixam Icônio e
dirigem-se a Listra e a Derbe, cidades da Licaônia.
Em Listra, que tinha como padroeiro a Zeus, o maioral dos deuses
gregos, os apóstolos pregam e restauram a saúde a um coxo de nascença.
Abismados pelo milagre, os licaônios atribuíram o prodígio à manifestação de
Zeus e Hermes (At 14.11,12). E já completamente fora de si, puseram-se a
oferecer sacrifícios aos apóstolos que, energicamente, impediram-nos (At
14.15).
Logo em seguida, os que eram adorados como deuses são tratados
como a escória da humanidade. Uma multidão, procedente de Antioquia e Icônio,
incita as pessoas a apedrejarem a Paulo, que é dado como morto (At 14.19). No
entanto, a semente ali plantada haveria de florescer e frutificar.
A SECUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA (At 15.36 — 18.28)
Em direção à Ásia (15.36
— 16.8). Após a ruptura com Barnabé, prossegue Paulo na companhia de Silas, que
também era profeta (At 15.32). Em Listra, une-se a eles um jovem greco-hebreu —
Timóteo, a quem o apóstolo escreveria duas epístolas.
Deixando Antioquia, passaram pela Síria e Cilicia. Confortando
as igrejas na fé, informando-as acerca da resolução do Concílio de Jerusalém
(16.4,5). Em ato contínuo, atravessam a região da Frígia e da Galácia. Mas o
Espírito Santo, sempre na direção dos atos de seus apóstolos, interrompe-lhes a
jornada, conduzindo-os por um itinerário que haveria de mostrar-se vital à
expansão do Cristianismo.
Em direção à Europa
(16.12 — 18.18). Em Trôade, Paulo é orientado, numa visão, a seguir para a
Macedônia. Rumo a Filipos, passa pela Samotrácia e por Neápolis, até chegar a
Filipos. Esta foi a primeira cidade da Europa a receber o evangelho. E Lídia, a
primeira européia a receber a Cristo, constrange os apóstolos a hospedarem-se
em sua casa.
Nessa cidade, Paulo expulsa o espírito de adivinhação de uma
jovem que, por intermédio desse artifício, dava grandes lucros a seus senhores
(At 16.16-18). Vendo estes que a fonte de seu ganho secara, incitaram a cidade
contra os apóstolos que, levados ao tribunal, foram postos em prisão.No
cárcere, Paulo e Silas adoravam a Deus quando um terremoto abriu-lhes as portas
da cadeia. O episódio constrangeu o carcereiro e toda a sua família a
converterem-se a Cristo (At 16.31). Já libertos, seguiram eles a Tessalônica,
passando por Anfípolis e Apolônia. E dali, prosseguiram a pé por 64 quilômetros
até a cidade.
Regresso (18.18-22). De
Atenas, dirigiu-se Paulo a Corinto, a mais importante metrópole da Grécia. Na
cidade, fez contatos com Áquila e Priscila. Aos sábados, consagrava-se ele a
proclamar o evangelho aos judeus e gentios ali residentes. Seu grande esforço
resultou na conversão do principal da sinagoga — o irmão Crispo. A permanência
de Paulo em Corinto foi de um ano e seis meses. Despedindo-se da igreja ali
estabelecida, dirigiu-se a Éfeso, na província da Lídia. Em seguida, retorna a
Antioquia via Jerusalém.
TERCEIRA VIAGEM
MISSIONÁRIA (At 18.23 — 28.31)
De Antioquia a Macedônia
(18.23 — 20.3). De Antioquia, Paulo dirigiu-se a Éfeso, objetivando confirmar a
igreja local. Como alguns discípulos nada sabiam sobre o Espírito Santo, pôs-se
o apóstolo a doutriná-los acerca da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Em
seguida, orou para que o Espírito de Deus sobre eles viesse. Imediatamente,
começaram a falar noutras línguas e a profetizar.
Como resultado de seu trabalho, a superstição é vencida na
cidade.
De Filipos a Jerusalém
(20.6 — 21.17). Nessa seção de Atos, Paulo encerra a sua terceira viagem
missionária. Visita a Macedônia e a Grécia. Logo a seguir, retorna a Ásia
(20.1-6). Alguns fatos marcaram-lhe o regresso: seu longo discurso, a
ressurreição de Êutico e o comovente discurso aos anciãos de Éfeso. Apesar de
alertado divinamente sobre os perigos que o aguardavam em Jerusalém, chega à
Cidade Santa.
Paulo em Jerusalém. Em Jerusalém, Paulo reúne os anciãos da
Igreja em casa de Tiago e narra o que Deus fizera aos gentios através de seu
ministério. Ante o relato, os presbíteros preocupam-se com a reação dos judeus
a respeito de Paulo. O temor não era infundado: Paulo é acuado e agredido pela
multidão. Todavia, o Senhor preserva-lhe a vida, providenciando para que seja
levada a Roma, onde era mister que proclamasse o evangelho.
Nas viagens missionárias de Paulo, vemos clara e meridianamente
os Atos do Espírito Santo. Sim, o Espírito Santo continua a operar maravilhas
no campo missionário, fazendo o evangelho chegar aos confins da terra. Quando
intimado pelo Senhor, não se furte. Responda: “Eis-me aqui, envia-me a mim”.
A Primeira Viagem Missionária.Como pôde o apóstolo Paulo, em tão
pouco tempo, evangelizar os principais centros do Império Romano e, finalmente,
instalar-se em Roma com a irresistível mensagem do Evangelho? Ou melhor: como
pôde um único homem revolucionar toda a sua época? A resposta não exige muita
abstração. Em primeiro lugar, era Paulo um mensageiro extraordinário do Senhor,
através do qual foi o evangelho universalizado. Além disso, utilizou-se ele da
infra-estrutura do império para viajar de cidade em cidade, de província em
província e de reino em reino.
Providencialmente, não precisava de nenhum passaporte especial:
era um cidadão romano. Somente um Deus, que é a mesma sabedoria, haveria de
predispor todas as coisas a fim de que a mensagem da cruz chegasse aos confins
da terra. [...] Em Antioquia, o apóstolo Paulo desempenhou uma importante etapa
de seu ministério. E daqui, partiu ele para a sua primeira viagem missionária.
Após o Concílio de Jerusalém, retornou à cidade com as resoluções tomadas pelos
apóstolos e anciãos (At 15.23). Sua segunda viagem missionária também teria
Antioquia como ponto de partida. Atualmente, Antioquia não passa de uma modesta
povoação. Para nós, no entanto, será conhecida sempre como a igreja missionária
por excelência” (ANDRADE, C. Geografia Bíblica. 11.ed. RJ: CPAD, 2001,
pp.227-29).
Paulo testifica de Cristo em Roma
A respeito da viagem de Paulo a Roma. Veremos que essa não foi
uma viagem fácil. Paulo enfrentou grande perigo, todavia o Senhor o guardou e o
levou em segurança até o seu destino final. Em Roma, Paulo ficou em prisão
domiciliar e teve a oportunidade de se reunir com os líderes da comunidade
judaica, testemunhando de Cristo e dando continuidade à obra do Senhor.
O apóstolo Paulo não era
prisioneiro de César ou de Roma; era-o de Cristo (Ef 3.1; Fm 9). Do relato
lucano, concluímos: os fatos que o conduziram a Roma não eram incidentais, mas
propositais, pois foram dirigidos por Deus (At 23.11). Se era urgente fosse o
evangelho anunciado em Jerusalém, a capital religiosa dos judeus, era premente
que a palavra da salvação alcançasse Roma, a capital política do Império.
Assim chega o evangelho à capital do Império Romano. O
mensageiro na verdade achava-se preso, mas a mensagem da cruz tinha livre curso
em Roma, Ninguém era capaz de detê-la. A Palavra de Deus avançava sem
impedimento algum.
VIAGEM DE PAULO A ROMA
(At 27.1 — 28.10)
Constrangido a apelar para César, o apóstolo Paulo é conduzido
agora pelas autoridades romanas à capital do império. O que parecia um simples
traslado de preso, haveria de ser registrado pela história como o início da
maior expansão do Cristianismo que, conquistando toda a Europa Ocidental, não
tardaria a chegar aos pontos mais ignorados do planeta.
De Cesareia a Roma
(27.1-44). Em sua viagem, o apóstolo conta com a assistência de Lucas e de um
crente macedônio chamado Aristarco (ver 19.29; 20.4; Cl 4.10; Fm 24). Como diz
o sábio rei de Israel, é na angústia que nasce o irmão (Pv 17.17; 18.24). Além
disso, o centurião que lhe cuida da segurança, trata-o com deferência e
humanidade. Permite-lhe inclusive que visite a igreja em Sidom. Quando Deus nos
envia, até os inimigos fazem-se amigos e os amigos tornam-se irmãos.
Açoitada pela voragem do mar, segue a nau lenta e
dificultosamente até Mirra, na Lícia. Desta cidade, zarpam em direção da Itália
em um navio procedente de Alexandria. Embora prisioneiro, o apóstolo mantém o
controle da situação. Mostra uma autoridade moral e espiritual que viria a
surpreender a todos naquela nau. Haja vista a advertência que faz ao centurião
quanto aos perigos que os aguardavam em seu trajeto a Roma. O militar, que de
início prefere ouvir o piloto a Paulo, ver-se-á mais adiante obrigado a
reconhecer a oportunidade de seu conselho.
Paulo na ilha de Malta
(At 28.1-10). Forçados a desembarcar em Malta, localizada ao sul da Sicília,
todos são tratados com singular bondade pelos naturais da terra. Ali, opera o
Senhor, por intermédio de Paulo, sinais e maravilhas. Aquele que se mostrara
imune à víbora que se achava oculta nos gravetos, cura o pai de Públio,
magistrado local, e recupera a saúde a muitos ilhéus. Dessa maneira, semeia
Paulo uma igreja que não tardaria a florescer. Apesar das dificuldades que você
enfrenta, querido missionário, Deus quer operar o sobrenatural por seu
intermédio.
Paulo chega a Roma (At 28.11-15). Decorridos três meses, o navio
que conduziria Paulo a Roma, zarpa generosamente suprido pelos malteses.
Desembarcam em Siracusa, chegam a Régio e aportam em Putéoli. Aqui, instados
pelos irmãos, o apóstolo juntamente com seus companheiros hospedam-se por sete
dias.
Já em Roma, encontra-se com alguns irmãos na praça de Ápio. O
Senhor jamais abandona os seus mensageiros, mesmo distantes da pátria querida,
faz-nos Ele sentir-nos em casa. Você passa por alguma provação? Parece que o
trabalho não avança? Não se deixe abater. A Palavra de Deus jamais voltará
vazia. Você ficará surpreso com o que o Cristo está para realizar através de
seu ministério.
O EVANGELHO É PROCLAMADO
NA CAPITAL DO IMPÉRIO (At 28.16-31)
Se o Senhor decretou fosse o evangelho conhecido em toda a Roma,
por que manteve encarcerado o seu maior campeão? Neste momento, talvez esteja
você aprisionado a entraves burocráticos dentro e fora de nossas fronteiras.
Não se desespere. Ninguém haverá de algemar a mensagem da cruz. Não há
protocolo capaz de barrar a vontade de Deus.
Prisão domiciliar
(28.16). Como não recaía sobre Paulo nenhuma acusação de crime capital, era-lhe
permitido morar por sua própria conta. Apesar de vigiado por um soldado, tinha
liberdade de ler, escrever, receber visitas e, naturalmente, evangelizar. Terá
aquele militar se convertido a Cristo? Não tenho dúvidas. Mesmo sem liberdade,
o Senhor deixa-nos livres para realizar a sua obra.
Apologia entre os judeus
(28.17-22). De sua prisão domiciliar, Paulo convoca os líderes da comunidade
judaica para expor-lhes os eventos que o trouxeram sob algemas a Roma. Como
apóstolo dos gentios, aproveita ele para anunciar que Jesus era, de fato, o
Messias de Israel. Alguns deixam-se persuadir, outros preferem continuar na
incredulidade. Entre os gentios, contudo, o evangelho põe-se a expandir até
mesmo na elite romana. Na exposição da Palavra de Deus, seja um autêntico
apologeta. Apresente, com mansidão e firmeza, as razões da esperança cristã.
Progresso do evangelho em
Roma (28.23-31). Roma era o centro político, econômico e cultural do mundo.
Apesar de sua grandeza e não obstante a sua importância, a cidade fizera-se
notória pela lassidão moral e pela degenerescência de seus costumes. Em seus
termos, os cultos mais extravagantes e as mais exóticas religiões. E os deuses
encontradiços em cada praça e logradouro?
Gente de toda parte misturava-se pelas ruas de Roma. Berço de
notáveis oradores, políticos, generais e juristas, era a cidade marcada pela
injustiça, ignorância e por uma soberba tola e animalesca. Haja vista as
deferências cultuais que recebiam imperadores como Nero e Calígula.Todavia, ali
estava um poder que haveria de sobrepor-se sobre a todos os mais afamados
símbolos e potentados romanos: o Evangelho de Cristo Jesus. Haveria este de
avançar com muito mais determinação do que as mais aguerridas legiões romanas.
Avançaria sim e conquistaria nações sem impedimento algum.
Se Lucas deixa em aberto os Atos dos Apóstolos, por que iríamos
nós fechar as portas que o Espírito Santo nos abre todos os dias? Sim, portas à
evangelização nacional e portas às missões transculturais. Aproveitemos, pois,
o Centenário das Assembleias de Deus no Brasil, para dar continuidade à
evangelização dos povos. Atos 1.8 é uma ordenança que não pode ser esquecida.
Se nos dispusermos a ir, todos os impedimentos ser-nos-ão tirados.
Paulo em meio à tempestade.“A experiência de Paulo na
tempestade, dentro da vontade de Deus, contrasta com a de Jonas, que estava em
desobediência. Comparando as duas, notamos: Paulo viajava para cumprir sua
sagrada vocação. Jonas fugia da chamada que recebeu. Este se escondeu e dormiu
durante a tempestade. Aquele dirigia as operações e encorajava os passageiros.
A presença de Jonas no navio era a causa da tempestade. O navio em que Paulo
viajava seria preservado de todo dano se os tripulantes respeitassem seu aviso
(At 27.9,10). Jonas foi forçado a dar testemunho acerca de Deus (Jn 1.8,9).
Paulo, com boa vontade e coragem, falou acerca da sua visão e do seu Deus. A
presença de Jonas no navio ameaça a vida dos gentios. A presença de Paulo era
uma garantia para a vida dos seus companheiros de viagem. O navio em que Jonas
viajava recebeu alívio quando ele foi jogado no mar. A conversão de Paulo
salvou a tripulação do navio no qual era prisioneiro. Há muita diferença em
atravessar uma tempestade dentro e fora da vontade de Deus! Paulo, andando
segundo o querer de Deus, em comunhão com Ele tornou-se bênção para todos
quantos atravessavam o perigo com ele. Conforme Paulo anunciou, todos escaparam
ilesos para a terra. Ficaram na ilha durante o inverno, um período de três
meses. Mais uma vez foi manifestada a presença de Deus através de Paulo”
(PEARLMAN, M. Atos. 1.ed., RJ: CPAD, 1995, pp. 248-49).
• Malta — “A ilha e pequena, com cerca de 29
quilômetros de extensão e 13 de largura. Está situada entre a Silícia e a costa
africana. Provavelmente, seja o local identificado como a ‘baía de São Paulo’.
Na época de Paulo, Augusto alojou, no local, veteranos aposentados do exército.
A população falava, além do grego, sua língua original fenícia” (RICHARDS. L.
O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por
capítulo. 1.ed., RJ: CPAD. 2005, p.733).
• Roma — “Antiga rainha do mundo, acha-se
edificada às margens esquerdas do Rio Tibre, sobre sete colinas. A cidade é
mencionada nos Atos, na Epístola de Paulo aos Romanos e na Segunda Epístola a
Timóteo.
No tempo de Pompeu, muitos foram os judeus levados a Roma como
cativos. Para eles, o governo reservara um território na margem direita do
Tibre. Apesar de desfrutarem dos favores de Júlio César e Augusto, foram os
judeus perseguidos por Cláudio que resolveu expulsá-los da capital do império
(At 18.2).Muitos, todavia conseguiram permanecer em Roma, pois quando Paulo
aqui chegou, como prisioneiro do Império, encontrou uma considerável colônia
judaica (At 28.17)” (ANDRADE, C. Geografia Bíblica. A geografia da Terra Santa
é uma das maneiras mais emocionantes de se entender a história sagrada. 11.ed.,
RJ: CPAD, 2001, p.248).
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